"A operação foi bem sucedida e não houve baixas civis", disse o funcionário sem dar mais pormenores.
Fontes disseram que a operação matou o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, que era adjunto do fundador do grupo terrorista, Osama bin Laden, quando orquestraram os ataques de Setembro de 2001 contra os EUA fora do seu santuário no Afeganistão.
A confirmação surgiu mais de uma hora depois de os governantes talibãs em Cabul terem dito que um ataque com mísseis no domingo contra um complexo residencial na capital afegã foi obra de um drone americano.
"O Emirado Islâmico do Afeganistão condena veementemente este ataque, seja qual for o pretexto", disse o porta-voz talibã Zabihullah Mujahid numa declaração, utilizando o nome oficial para o governo talibã. Denunciou a operação como uma "flagrante violação dos princípios internacionais e do acordo de Doha".
Mujahid referiu-se ao pacto de 2020 que o seu grupo tinha assinado com os EUA, o que levou à retirada de todas as tropas americanas e aliadas do Afeganistão em Agosto passado, após quase 20 anos de guerra com os Talibãs.
O grupo insurrecto islamita assumiu o controlo do Afeganistão a 15 de Agosto, quando as tropas estrangeiras lideradas pelos EUA se retiraram e o governo apoiado pelo Ocidente em Cabul, bem como as suas forças de segurança, entraram em colapso face ao espantoso ataque nacional dos Talibãs.
A coligação militar liderada pelos EUA invadiu o Afeganistão em Outubro de 2001 e desalojou o então governo talibã em Cabul para o castigar por abrigar a rede terrorista da Al-Qaeda. Bin Laden e a al-Zawahiri escaparam à acção militar internacional. As forças especiais americanas localizaram e mataram Bin Laden no interior do vizinho Paquistão em Maio de 2011.
Al-Qaeda poderá ser maior ameaça a longo prazo para Ocidente
O acordo EUA-Talibã exigia também que o grupo islamita não permitisse que nenhuma organização terrorista, incluindo a Al-Qaeda, constituísse uma ameaça à segurança dos Estados Unidos e outros países a partir do solo afegão.
Mas avaliações recentes das Nações Unidas sugeriram que a Al Qaeda, impulsionada pela estabilidade da liderança e pela tomada do Afeganistão pelos Talibãs, parece estar a posicionar-se para voltar a ser vista como o grupo proeminente terrorista do mundo e como a maior ameaça a longo prazo para o Ocidente.
As informações partilhadas pelos Estados membros das Nações Unidas e publicadas num novo relatório no início deste mês indicavam que a Al Qaeda gozava de um grau de liberdade sob o domínio talibã, permitindo à sua liderança comunicar mais frequente e mais facilmente com os seus afiliados e seguidores. O relatório concluiu ainda que o líder da al-Qaeda al-Zawahiri, sobre quem há muito tempo havia rumores de estar mal de saúde ou a morrer, estava "vivo e a comunicar livremente".
O relatório da ONU adverte igualmente que embora a Al-Qaeda possa estar melhor posicionada, é provável que se abstenha de lançar ataques externos para não envergonhar os governantes Talibãs do Afeganistão e porque o núcleo da Al-Qaeda ainda carece de "uma capacidade operacional externa".