As autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciaram ontem, 28, o início do primeiro teste em humanos da vacina que visa prevenir a doença do ébola.
A vacina em teste foi desenvolvida pelo Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas dos Estados Unidos e a empresa farmacêutica britânica GSK (GlaxoSmithKline).
O anúncio foi feito pelo Director do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, que integra o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, Anthony Fauci.
Aquele responsável descreve o surto de ébola na África Ocidental como uma emergência de saúde pública que exige uma resposta pronta: “Aceleramos o ritmo para testar vacinas experimentais contra o ébola que temos vindo a desenvolver há vários anos. Depois de uma revisão acelerada do produto e de estudos do Departamento de Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, temos luz verde para começar".
Faunci revela que os testes serão realizados depois de três versões anteriores que levaram à vacina a ser testada agora.
Na próxima semana, os três primeiros voluntários serão integrados num estudo conhecido como VRC207.
"O estudo visa inscrever 20 adultos saudáveis - com idades entre 18 e 50 anos - no Centro de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional de Saúde, aqui em Bethesda, no Estado de Maryland. O estudo irá avaliar a segurança da vacina experimental que gera imunidade em adultos e que, com base nos estudos realizados em animais, poderá ser eficaz na prevenção da infecção do vírus do ébola", explica Anthony Fauci, que lembra estudos anteriores da vacina experimental que protegeram muito bem os animais, nomeadamente macacos, do vírus do ébola.
A vacina será administrada através de uma injecção no braço. O teste está previsto para durar 48 semanas, mas os resultados iniciais podem estar disponíveis até o final deste ano.
Em Outubro, um segundo estudo será realizado nos EUA, Grã-Bretanha, Mali e na Gâmbia para testar uma vacina que contém material genético de apenas uma das estirpes do ébola.
Apesar da esperança numa vacina, o director do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos Anthony Fauci diz que a precaução e a prevenção são ainda a melhor defesa contra o ébola.