As crianças da Guiné-Bissau continuam a ser submetidas ao trabalho forçado e tráfico sexual, enquanto as formas de exploração dos adultos não estão bem identificadas, diz o Departamento de Estado americano.
O relatório sobre tráfico humano no mundo adverte, também, que muitas crianças que frequentam escolas islâmicas lideradas pelos conhecidos “marabus” são vítimas de vários desses “instrutores sem escrúpulos” que as forçam a mendigarem nas ruas de Bissau, Senegal e Mali.
As meninas continuam fora da escola e a realizarem trabalhos domésticos tanto no país como no Senegal, enquanto um número menor é levada para a prostituição.
O Departamento de Estado americano considera que o Governo da Guiné-Bissau não cumpre plenamente os padrões mínimos para a eliminação do tráfico e não está a realizar esforços significativos nesse sentido.
Apesar de o país ter um novo Executivo eleito em 2014, diz o relatório, “não foi registado qualquer progresso no período em análise”, e falhou ao “não demonstrar qualquer esforço para perseguir os criminosos”.
O Governo americano recomenda as autoridades de Bissau a investigarem e julgar crimes de tráfico humano, inclusive os “marabus sem escrúpulos", a preparar pessoas de modo a se poder cumprir a lei do trabalho na parte referente ao trabalho escravo e a melhorar a recolha de dados de vítimas de traficantes.
Entre outras medidas, Bissau deve estabelecer um mecanismo, com a participação de organizações da sociedade civil, para protecção das vítimas de tráfico e desenvolver campanhas de sensibilização sobre a problemática do tráfico humano.