A vice-presidente Kamala Harris e o ex-Presidente Donald Trump apostam tudo na fase final da campanha para as eleições de 5 de novembro.
A seis dias da mais renhida eleição presidencial em décadas, ambos aumentam também a intensidade das acusações.
Harris, a candidata do Partido Democrata, apresentou o seu chamado “discurso final” na noite desta terça-feira, 30, perto da Casa Branca, enquanto Trump realizava um comício na Pensilvânia, um dos sete Estados indecisos que, provavelmente, vão determinar o próximo Presidente.
Ela prometeu trabalhar para melhorar a vida das pessoas com uma lista de prioridades, enquanto, segundo Harris, Trump está apenas focado em si próprio e em perseguir "uma lista de inimigos".
O discurso dela foi realizado no local onde, a 6 de janeiro de 2021, Trump se dirigiu aos seus apoiantes, pouco antes de uma multidão ter invadido o Capitólio para impedir a confirmação da vitória de Joe Biden sobre Donald Trump.
“Nós sabemos quem é Donald Trump. É a pessoa que esteve neste mesmo local há quase quatro anos e enviou uma multidão armada ao Capitólio dos Estados Unidos para derrubar a vontade do povo numa eleição livre e justa”, acusou Harris.
Votos antecipados e votos dos latinos
As sondagens mostram que a disputa está praticamente empatada, com Harris e Trump com os mesmos pontos em alguns Estados cruciais, mas tudo dentro da margem de erro.
Quase 49 milhões de pessoas já votaram, nos locais de voto ou por correio, de acordo com o Laboratório Eleitoral da Universidade da Flórida.
Antes de viajar para Allentown, na Pensilvânia, uma cidade com uma população de maioria latina, Trump discursou na terça-feira, 29, na sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida em que descreveu Harris como “grosseiramente incompetente… um desastre total”.
Mas Trump não respondeu às perguntas dos repórteres e não mencionou a piada do comediante Tony Hinchcliffe num comício do candidato republicano no domingo, 27, no Madison Square Garden, em Nova Iorque, que chamou o território hispano-americano Porto Rico de uma “ilha flutuante de lixo”.
A campanha de Trump distanciou-se da piada, mas ele não reagiu aos comentários, embora tenha dito à ABC News que não conhece Hinchcliffe.
“Alguém o colocou lá. Não sei quem ele é", afirmou.
O candidato republicano disse ainda que não ouviu a piada, apesar de a mesma ter dominado os jornais e programas das televisões e jornais.
Quando questionado sobre o que achou da piada, classificou o comício de Nova Iorque “uma festa de amor absoluta”.
Os porto-riquenhos que vivem na ilha são americanos, mas não podem votar nas eleições porque não vivem no continente, mas centenas de milhares vivem no continente e tanto eles como seus familiares podem votar em qualquer Estado onde residam.
Com centenas de milhares de votos porto-riquenhos em disputa em alguns dos Estados decisivos, a campanha de Harris produziu rapidamente um anúncio a dizer que os eleitores latinos “merecem algo melhor” do que aquilo que o ex-Presidente representa.
Apenas no Estado da Pensilvânia, que ambos candidatos consideram crucial para conquistar a Presidência, vivem mais de 300 mil eleitores porto-riquenhos, de acordo com o Latino Data Hub da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
Existem também populações porto-riquenhas consideráveis na Carolina do Norte, Wisconsin e Michigan, três outros Estados decisivos.
Troca de insultos
Durante a campanha, Harris e Trump têm trocado insultos frequentes.
Trump descreveu Harris como alguém com um quoficiente de inteligência baixo e disse que ela seria “um brinquedo” para outros líderes mundiais.
“Vão pisá-la”, disse ele.
Por outro lado, alguns dos principais conselheiros de Trump durante o seu mandato de 2017-2021 na Casa Branca descreveram-no como um fascista que tem a intenção de governar num segundo mandato de forma autoritária.
Harris disse concordar com essa caracterização e Trump retribuiu a provocação para descrever Harris da mesma forma.
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