O Movimento de Estudantes de Angola (MEA) anunciou manifestações para este sábado, 17, em Luanda, Huambo, Moxico e Uíge para exigir a revogação do decreto que estipula novos custos dos emolumentos nas universidades públicas e privadas.
A decisão foi tomada depois do fracasso das negociações entre o MEA e o Ministério das Finanças nesta semana.
O decreto 124/20, de 4 de Maio, estipula que a inscrição na universidade pública passa a custar cinco mil kwanzas, bem como a emissão de uma declaração de estudante
Laurindo Kamande, secretário nacional para o ensino superior do MEA, quem anunciou as manifestações para este fim-de-semana, diz que em algumas universidades privadas o custo é de quatro mil kwanzas e pergunta “então o Estado cobra mais caro que o privado?”
“Nós não vamos aceitar isso”, assegura Kamande, quem aponta o dedo ao poder político.
"A ganância é dos donos das universidades, que ao mesmo tempo são governantes, eles é que fazem as leis para extorquir o cidadão e aumentar as suas riquezas, nós não vamos admitir isso", assegura aquele responsável.
A manifestação também vai exigir maior qualidade no ensino superior.
“Até este momento nunca vimos nenhum estrangeiro vir estudar em Angola com uma bolsa, por quê?, questiona Laurindo Kamande, quem aponta o facto de os governantes enviarem os seus filhos para o exterior e “quando voltam querem nos colonizar”.
“Já chega o que os portugueses fizeram, não vamos aceitar nova colonização", conclui aquele dirigente do MEA.
Os protestos contra o aumento do custo para entrada na universidades têm vindo a se multiplicar, mas nem o Ministério Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação nem o Ministério das Finanças indicaram qualquer possibilidade de alteração do decreto.