Os estudantes angolanos em Cuba estão há cerca de oito meses sem receber as suas bolsas do Governo de Luanda de forma regular, o que tem levado a que muitos vivam em situação de penúria total.
Nos últimos dois meses, receberam apenas cerca de 25 por cento da dívida e temem pelo seu futuro.
Enquanto isso, 10 estudantes de uma universidade em Havana correm o risco de serem expulsos de Cuba, em virtude do seu envolvimento numa briga quando apanharam um ladrão no seu apartamento.
Uma delegação desses estudantes angolanos apresentam amanhã ao embaixador em Havana a sua situação depois de terem recebido na segunda-feira, 21, a ordem de expulsão da reitoria da universidade de Cujae, em Havana.
Os estudantes angolanos e um são-tomense terão agredido um estudante cubano apanhado a roubar nos seus quartos, “o que vinha acontecido com regularidade”, como disse à VOA um estudante em Havana que pediu o anonimato com mede de represálias.
Apesar das queixas apresentadas junto da reitoria e do responsável da embaixada angolana pelos estudantes, não houve qualquer resposta.
“Temos contado tudo o que temos sofrido aqui durante muito tempo ao responsável pelos estudantes na Embaixada de Angola aqui em Havana, mas ele guardou todas as informações e só ontem, dia 22, ele informou o embaixador do ocorrido”, contou a mesma fonte que duvida que o chefe da representação diplomática de Luanda resolva o problema.
“É que estamos há oito meses sem receber a bolsa, num total de quatro mil dólares e só em Janeiro e Fevereiro pagarão duas tranches de 500 dólares cada”, revelou o estudante que ainda acusou as “autoridades de estarem a seguir-nos e a espiar tudo o que dizemos”.
A VOA tentou falar com o responsável pelos estudantes junto da Embaixada de Angola em Havana, mas não foi possível.