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Estudante guineense em Cuba diz que falta de tudo, bens e informação


Protestos em Havana, 11 de Julho de 2021
Protestos em Havana, 11 de Julho de 2021

Nem da Embaixada nem do Governo de Bissau há notícias

Os vinte bolseiros da Guiné-Bissau espalhados pelas diferentes províncias de Cuba, país confrontado nos últimos tempos com manifestações de rua, dizem-se isolados e não escondem que estão com medo.

Sob anonimato, a VOA falou com uma das estudantes que relata a falta de tudo, bem como de informação da embaixada guineense em Havava.

“A nossa situação em Cuba é muito complicada. Não te dizem o que se passa realmente. E nós como somos estrangeiros não sabemos muita coisa. Não te dão informação sobre o que se passa, é uma ameaça. Como estudante estrangeira neste país não me sinto bem, não me sinto tranquila. Nos proíbem sair à rua, e ficando aí sempre na universidade, não temos nada e com falta de tudo, nomeadamente produtos de primeira necessidade. Temos falta de tudo”, afirmou a estudante que afirma “ter medo”.

Ela relata ainda a falta de produtos de primeira necessidade e lamenta que apenas pode circular na rua das 5 horas às 11 horas da manhã.

“Estamos confinados na universidade, alegadamente por razões da pandemia da Covid-19, sair da universidade para a cidade, com poucas horas de circulação, não dá tempo para comprar nada, pois quanto se chega ao mercado já se encontra fechado”, conta.

Perante o cenário da incerteza que se vive, ela diz que “não há ainda informação sobre qualquer contacto dos estudantes guineenses por parte da embaixada da Guiné-Bissau em Cuba”.

“Pelo menos na nossa província ninguém nos ligou. Aqui perguntamos aos professores e os trabalhadores da sniversidade não te dizem nada, porque você não é cubano” acrescenta.

A situação é praticamente a mesma em relação aos demais estudantes, que gostariam de ter o apoio do Governo.

Entretanto, apesar das dificuldades, ela garante que vai “continuar a lutar” porque passou por “coisas piores e superei” e destaca que “nós guineenses somos fortes e lutadores”.

A VOA tentou falar com a representação diplomática da Guiné-Bissau em Havana mas sem sucesso.

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