Os vinte bolseiros da Guiné-Bissau espalhados pelas diferentes províncias de Cuba, país confrontado nos últimos tempos com manifestações de rua, dizem-se isolados e não escondem que estão com medo.
Sob anonimato, a VOA falou com uma das estudantes que relata a falta de tudo, bem como de informação da embaixada guineense em Havava.
“A nossa situação em Cuba é muito complicada. Não te dizem o que se passa realmente. E nós como somos estrangeiros não sabemos muita coisa. Não te dão informação sobre o que se passa, é uma ameaça. Como estudante estrangeira neste país não me sinto bem, não me sinto tranquila. Nos proíbem sair à rua, e ficando aí sempre na universidade, não temos nada e com falta de tudo, nomeadamente produtos de primeira necessidade. Temos falta de tudo”, afirmou a estudante que afirma “ter medo”.
Ela relata ainda a falta de produtos de primeira necessidade e lamenta que apenas pode circular na rua das 5 horas às 11 horas da manhã.
“Estamos confinados na universidade, alegadamente por razões da pandemia da Covid-19, sair da universidade para a cidade, com poucas horas de circulação, não dá tempo para comprar nada, pois quanto se chega ao mercado já se encontra fechado”, conta.
Perante o cenário da incerteza que se vive, ela diz que “não há ainda informação sobre qualquer contacto dos estudantes guineenses por parte da embaixada da Guiné-Bissau em Cuba”.
“Pelo menos na nossa província ninguém nos ligou. Aqui perguntamos aos professores e os trabalhadores da sniversidade não te dizem nada, porque você não é cubano” acrescenta.
A situação é praticamente a mesma em relação aos demais estudantes, que gostariam de ter o apoio do Governo.
Entretanto, apesar das dificuldades, ela garante que vai “continuar a lutar” porque passou por “coisas piores e superei” e destaca que “nós guineenses somos fortes e lutadores”.
A VOA tentou falar com a representação diplomática da Guiné-Bissau em Havana mas sem sucesso.