A vida dos habitantes das comunas de Kunga-Palanga, Kapunda e Kinbango no município do Luquembo, a sudoeste da província de Malanje, pode voltar à normalidade com a inauguração amanhã da ponte construída sob o rio Luando 30 anos após a sua destruição.
A reabertura da circulação rodoviária acontece no âmbito das festividades do 92º aniversário natalício do primeiro presidente de Angola António Agostinho Neto, cuja localidade acolhe o acto central provincial.
O administrador municipal de Luquembo Alsino Siabala disse que o momento será de satisfação para muitos angolanos que viviam isolados do resto do país, “durante quase 35 anos”, exemplificando que “quando o primeiro carro pisou aquele território as pessoas fugiram, porque nunca o tinham visto”.
Os cerca de 50 mil habitantes distribuídos pelas comunas Luquembo Donbo- Wazanga, Kunga – Palanga, Kapunda, Kinbango e Rimba são extremamente pobres.
“Era principalmente um município potencialmente agrícola, sobretudo no cultivo de arroz”, referiu Alsino Siabala, justificando que era a produção que dava mais rendimento às famílias, mas o mercado do arroz desapareceu e as pessoas dedicam-se ao cultivo da mandioca”.
A propósito, cerca de duas mil pessoas estão a passar fome no Kunga – Palanga porque a virose atacou a mandioca e as autoridades municipais aguardam pela autorização do governador Norberto Fernandes dos Santos para declarar como uma situação de emergência porque as pessoas estão a abandonar as suas áreas para além da falta de acesso, de bens de primeira necessidade”.
O grito de socorro também é estridente na capital Luquembo, onde há uma semana não há energia eléctrica e água e os poucos pontos acessos iluminam locais povoados apenas com capim.
A implementação paulatina do programa municipal integrado de desenvolvimento rural e o combate à pobreza poderão repor os serviços de educação, saúde e de distribuição de água potável.