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Estados Unidos e Rússia trocam acusações sobre ataque na Síria


Nikki Haley fala no Conselho de Segurança
Nikki Haley fala no Conselho de Segurança

Moscovo adverte Washington que ataque a Síria pode levar a graves consequências

Os representantes da Rússia e dos Estados Unidos junto das Nações Unidas trocaram acusações nesta segunda-feira, 9, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação na Síria, onde um suposto ataque químico deixou dezenas de mortos no fim de semana na cidade de Duma, controlada por rebeldes.

Vassily Nebenzia, embaixador da Rússia na ONU, disse que o seu país tem sido “imperdoavelmente ameaçado” por países que alegam o uso de armas químicas, como os Estados Unidos, a França e o Reino Unido.

Nebenzia acrescentou que esses países agiram muito rápido para culpar a Síria e a Rússia e que essas alegações são usadas como um pretexto para um ataque.

"Transmitimos aos Estados Unidos através dos canais relevantes que força armada sob um pretexto mentiroso contra a Síria, onde as tropas russas foram deslocadas, poderia levar a graves repercussões", advertiu o diplomata russo.

Estados Unidos acusam

O embaixador russo negou que um ataque químico tenha sido realizado e afirmou que a Rússia está disposta a considerar a investigação da Opaq sobre o tema.

Pore seu lado,a embaixadora americana, Nikki Haley, acusou a Rússia de ser conivente com o regime de Bashar Al-Assad.

“Quando os militares sírios atacam os civis eles contam com o material militar dado pela Rússia. A Rússia poderia acabar com esse massacre sem sentido se quisesse, mas acordo com o regime de Assad e apoia sem qualquer hesitação”, acusou Haley para quem “só um monstro” realiza ataques químicos.

"O monstro que foi responsável por esse ataque não tem consciência. O regime russo, cujas mãos estão cobertas de sangue de crianças sírias, não se envergonha com fotos de vítimas. Já tentamos isso antes”, continuou a embaixadora.

Nikki Haley reiterou que os Estados Unidos vão responder ao ataque independentemente da decisão que o Conselho de Segurança tomar.

A troca de acusações ocorre no momento em que as relações entre a Rússia e países ocidentais estão em seu pior nível desde a Guerra Fria, após o caso do envenenamento de um ex-espião russo no Reino Unido.

Síria responde

Por seu lado, o representante sírio na ONU, Bashar Ja'afari, disse diversas vezes no seu discurso que as alegações de um ataque químico são uma mentira, que atribuiu aos rebeldes sírios e ao grupo Capacetes Brancos, de civis que actuam voluntariamente como socorristas.

“Os Capacetes Brancos inventaram provas e fizeram fotos para apontar o Governo sírio à comunidade internacional e para justificar uma intervenção militar na Síria”, disse.

“São mentiras extremamente elaboradas. São uma invenção hollywoodiana”, concluiu Bashar Ja'afari.

O embaixador sírio disse que o Governo sírio não possui armas químicas e condena seu uso “em qualquer lugar e sob quaisquer circunstâncias”.

O ataque em que um gás tóxico teria sido utilizado aconteceu no sábado e deixou dezenas de mortos e feridos.

A Sociedade Médica Sírio-Americana (SAMS, na sigla em inglês) e a Defesa Civil síria (conhecida como Capacetes Brancos) estimam que 49 pessoas morreram.

Por seu lado, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), ONG que monitora a guerra civil do país, disse que ao menos 80 pessoas morreram.

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