Os Estados Unidos consideram existir muitos relatórios credíveis de irregularidades no dia da votação e durante o processo de apuramento dos votos das eleições autárquicas do passado dia 11 em Moçambique e pediram que haja uma resolução justa sobre esses alegados ilícitos eleitorais.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 16, a Embaixada dos Estados Unidos em Maputo diz que ss eleições decorreram "de um modo geral, pacífico", mas reconheceu que "existem muitos relatórios credíveis de irregularidades no dia da votação e durante o processo de apuramento dos votos".
Nesse cenário, a representação de Washington defende que a "Comissão Nacional de Eleições (CNE) deve garantir que todos os votos são contados de forma exacta e transparente"
"Exortamos as autoridades eleitorais, os tribunais locais e o Conselho Constitucional a levarem a sério todas as queixas de irregularidades e a actuarem com imparcialidade", continua o comunicado, que destaca que "um processo eleitoral limpo, transparente e pacífico é essencial para o futuro da democracia multipartidária de Moçambique".
A Embaixada "reconhece a determinação com que o povo de Moçambique participou nas sextas eleições municipais multipartidárias no dia 11 de outubro", processo que foi acompanhado por aquela representação diplomática que acompanhou o processo eleitoral em 12 municípios nas províncias do norte, centro e sul.
Acusações e anulação de eleições
Cinco dias após as eleições, nos 50 dos 65 municípios cujos resultados foram divulgados, a Frelimo, partido no poder a nível central, conquistou 49 cidades e o MDM o município da Beira.
A Renamo reclama que ganhou em sete municípios, mas a nível oficial não há qualquer confirmação.
O presidente do principal partido da oposição, a nível nacional, Ossufo Momade, convocou para esta terça-feira, 17, manifestações em todo o país contra o que considera de "fraude eleitoral".
Tribunais anularam eleições em Cuamba, na província do Niassa, e Chokwé, na província de Gaza, após queixas de partidos de oposição sobre irregularidades no escrutínio.
As plataformas Mais Integridade, um consórcio de observação eleitoral composta por várias organizações cívicas nacionais, e a Sala da Paz consideram hoje em Maputo que as eleições não foram nem livres, nem justas, nem transparentes.
No final da noite de hoje, num primeiro pronunciamento desde o dia 11, o secretário-geral da Frelimo, Roque Silva, disse que o partido vai respeitar as decisões das instituições, desde que elas estejam baseadas na lei.
"Há poderes que têm a capacidade de julgar as questões que são colocadas e, se a Frelimo tiver alguma questão que precisa colocar, vai recorrer aos mecanismos legalmente instituídos", afirmou Silva.
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