Os Estados Unidos advertiram a Rússia para as "graves consequências" que irá sofrer se avançar com uma eventual invasão da Ucrânia, enquanto os ministros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) procuram respostas para contrariar uma presença militar cada vez maior de Moscovo na fronteira com a Ucrânia.
“Qualquer escalada por parte da Rússia seria de grande preocupação para os Estados Unidos e também para a Letónia e qualquer nova agressão teria consequências sérias", disse o secretário de Estado americano nesta terça-feira, 30, numa conferência de imprensa ao lado do chefe da diplomacia da Letónia, Edgars Rinkevics, em Riga.
Antony Blinken não avançou detalhes sobre o tipo de resposta e adiantou que precisa "consultar" os aliados dos Estados Unidos na NATO, durante a reunião dos chefes da diplomacia dos membros da NATO que aconteceu em Riga, no momento em que Letónia, Lituânia e Polónia lidam com a crise na fronteira com a vizinha Bielorrússia.
A propósito, Antony Blinken indicou que Washington, em coordenação com a União Europeia, prepara sanções adicionais contra a Bielorrússia devido ao que chamou de "ataques contínuos à democracia, aos direitos humanos e às normas internacionais".
Em resposta a uma pergunta da VOA, Blinken disse que ele e o ministro das Relações Exteriores da Letónia concentram-se “nas ações que, infelizmente, a Bielorrússia vem tomando em termos de reprimir o seu próprio povo e suas aspirações democráticas, bem como usar a migração como uma arma para tentar semear divisão e desestabilização na Europa”.
“Estamos em estreita coordenação com a União Europeia, preparando todas as sanções da ONU”, disse Blinken a repórteres.
Ontem, o Governo da Ucrânia pediu aos seus aliados acções rápidas para impedir uma invasão da Rússia, quetem intesificado osmovimentos das suas tropas na fronteira.
Vladimir Putin ameaça
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kouleba, alertou que Moscovo pode lançar uma investida no seu território “literalmente num piscar de olhos", mas garantiu que Kiev irá "retaliar".
Entretanto, hoje em Moscovo, o Presidente Vladimir Putin alertou que seus militares podem ser obrigados a responder à expansão da infraestrutura militar da Ucrânia liderada pelo Ocidente se as "linhas vermelhas" forem cruzadas pela NATO.
"Se algum tipo de sistema de ataque aparecer no território da Ucrânia, o tempo de voo para Moscovo será de 7 a 10 minutos, e cinco minutos no caso de uma arma hipersónica ser implatada, imagine", alertou Putin, quem acrescentou que “teremos então que criar algo semelhante em relação àqueles que nos ameaçam dessa forma, e podemos fazer isso agora”.
O Presidente russo ainda disse que os seus militares testaram com sucesso um novo míssil hipersónico baseado no mar que estará em serviço no início do próximo ano.