A Administração americana classificou de "barbárie" e não "contraterrorismo" as acções da Rússia na Síria, enquanto Moscovo responde que acabar com a guerra é "uma tarefa quase impossível neste momento".
O fogo cruzado de declarações acontece deste domingo, 25, depois de as forças do Governo sírio, apoiadas pela Rússia, terem bombardeado a cidade de Aleppo.
"O que a Rússia faz não é contraterrorismo, é barbárie", disse a embaixadora dos Estados Unidos junto das Nações Unidas, Samantha Power, numa reunião de emergência realizada hoje em Nova Iorque.
Para Power, "em vez de procurar a paz, a Rússia e Assad fazem Guerra, em vez de tentar buscar socorro imediato aos civis, a Rússia e Assad bombardeiam carros de ajuda humanitária, hospitais e socorristas que tentam desesperadamente manter as pessoas vivas".
França e Reino Unido também apontaram o dedo à Russia, acusando o Governo de Vladimir Putin de crimes de guerra.
"É difícil negar que a Rússia esteja numa parceria com o regime sírio para cometer crimes de guerra", disse Matthew Rycroft, embaixador britânico.
Na acalorada reunião, o embaixador russo nas Nações Unidas defendeu-se dizendo que “na Síria, centenas de grupos armados estão a ser armados, o território do país está a ser bombarbeado de forma indiscriminada e conseguir a paz é uma tarefa quase impossível agora por causa disso"
O emissário da Grã Bretanha nas Nações Unidas, Matthew Rycroft, considerou que a tentativa dos Estados Unidos e daRússia assinaram um processo de paz na Síria está "muito, muito perto do fim e, sim, o Conselho de Segurança deve estar pronto para cumprir com suas responsabilidades."
Refira-se que na reunião deste domingo, os representantes dos Estados Unidos, França e Reino Unido abandonaram o local quando o embaixador da Síria junto das Nações Unidas, Bashar Ja'afari, começou a discursar.
A Rússia, no entanto, é um dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança, ao lado de EUA, França, Grã-Bretanha e China.
A China e a Rússia têm protegido o Governo do presidente sírio Bashar al-Assad ao bloquear diversas tentativas do Conselho.