O Governo do presidente da Venezuela Nicolás Maduro continua a ser alvo de críticas por parte de milhares de cidadãos do país, ao mesmo tempo que crescem preocupações a nível internacional sobre a militarização do regime.
Milhares de apoiantes e opositores de Maduro foram às ruas de Caracas em manifestações que terminaram com três pessoas mortas e 400 detidas.
Os Estados Unidos dizem estar preocupados com a situação.
Um membro da Guarda Nacional morreu no subúrbio de Caracas, elevando para três o número de óbitos na jornada de protestos de ontem.
"Eles atiram bombas contra nós, atiram bolas, estão a retirar-nos os nossos direitose não pode ser assim, queremos marchar porque estamos famintos, estamos aqui, enquanto estão lá, fortes e tranquilos", denunciou Diana Cueller.
Por seu lado, o presidente Maduro convocou milhares dos seus partidários para uma contra-manifestação
"Quero vencer esta batalha e quero que o povo se prepare para conquistá-la em paz e com votos, quero que nos preparemos para uma vitória eleitoral plena e precoce", disse Maduro.
Em Washington, a Adminsitração Trump afirma estar preocupada com as acções do Governo de Maduro que pretende eliminar a oposição, como revelou o secretário de Estado Rex Tillerson.
"Estamos preocupados com o facto de o Governo de Maduro estar a violar a sua própria Constituição e a não ouvir a oposição, nem permitir que se organize de forma a expressar as opiniões do povo venezuelano. Estamos a acompanhar de perto a situação e a trabalhar com os parceiros através da Organização dos Estados Americanos para comunicar essas preocupações”, sublinhouTellerson
As manifestações surgiram depois de o Supremo Tribunal da Venezuela ter retirado, no mês passado, poderes à Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
O tribunal recuou, mas o Presidente decidiu colocar o exército nas ruas e armar a milícia com mais 500 mil espingardas, o que provocou uma forte reacção da oposição e de vários países.
O Mercosul suspendeu a Venezuela e ameaça expulsá-la da organização.
PDVSA apoiou cerimónia de Trump
Noutro desenvolvimento, o jornal inglês The Guardian revelou na sua edição de ontem que o Governo da Venezuela fez uma doação de 500 mil dólares para a posse do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Dados do comité da posse de Trump divulgados ontem mostram que a Citgo Petroleum, uma filial americana da petrolífera estatal venezuelana PDVSA, foi uma dos maiores doadoras corporativas para a cerimónia de posse.
A PDVSA recentemente ofereceu uma participação de quase 50 por cento na Citgo como garantia de um empréstimo de 1,5 mil milhões de dólares da empresa russa Rosneft.
O acordo provocou críticas dos republicanos que se preocupam com a eventualidade do Presidente Vladimir Putin assumir o controlo do petróleo americano.
Não há ainda qualquer comentário por parte da Administração Trump.