O Presidente americano, Donald Trump, adiantou nesta segunda-feira, 29, que abordará a proposta de revisão da imigração no seu primeiro discurso do Estado da União, a ser pronunciado na terça-feira no Congresso Americano.
"Espero que (o discurso) seja bom, trabalhamos muito duro nele", disse Trump aos jornalistas, adiantando que “durante muitos, muitos anos, os políticos falaram sobre imigração e nunca conseguiram nada".
Trump afirmou que a política migratória tem de ser bipartidária"porque os republicanos realmente não têm os votos para fazê-lo de qualquer outra forma".
"Esperamos que os democratas se unam a nós, ou que alguns deles se unam, para que possamos fazer algo grande quanto ao Daca (programa de Ação Diferida para os Chegados na Infância) e à imigração", indicou Trump.
O Presidente propôs na semana passada uma reforma migratória que permitiria que 1,8 milhão de imigrantes sem documentos que chegaram aos Estados Unidos como crianças tivessem acesso à cidadania americana.
Em troca, Trump quer 25 mil milhões de dólares para construir o muro na fronteira com o México.
Noutros pontos, Trump avançou quevai falar sobre os seus esforços para reduzir as barreiras comerciais em todo o mundo para as exportações norte-americanas.
"Temos de ter um comércio recíproco. Não é mais um acordo de uma mão", sublinhou.
A expectativa é que o Presidente também fale sobre a sua proposta de investimento em infraestruturas e sobre alguns dos desafios internacionais enfrentados pelo país, nomeadamente a Coreia do Norte, Irão e Afeganistão.
Resposta de Kennedy
Como é tradicional, os democratas escolhem um político para responder ao discurso do Presidente, o que acontece geralmente uma hora após o estado da União.
Joseph Kennedy III, neto de Robert Kennedy e sobrinho-neto do ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, vai fazer o pronunciamento de resposta dos democratas.
Ele representa uma circunscrição de Massachusetts na Câmara de Representantes desde 2013, e é o último Kennedy a defender os democratas.
O discurso servirá para os democratas impulsionarem as suas principais reivindicações políticas, como a imigração, os direitos civis - especialmente dos transexuais -, a saúde e a diversidade.
Joe Kennedy, formado em Stanford e na Escola de Direito de Harvard, ganhou fama de ser um democrata progressista após a sua eleição, principalmente por suas reivindicações pela cobertura médica, como fez seu tio-avô Ted Kennedy, ou pela luta contra o racismo.