O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apresentou nesta quarta-feira, 19, na Assembleia da República a radiografia da situação política, económica e social do país, no seu penúltimo informe sobre o estado da nação do actual mandato.
Em três horas de discurso, Nyusi fez um mapeamento das realizações e desafios prevalecentes, num ano que classificou como tendo sido de “concórdia entre as forças as políticas nacionais” e da “retoma colectiva rumo à estabilidade e prosperidade da nação moçambicana”.
Para o Chefe de Estado, 2018 demonstrou realizações quantitativas e qualitativas que revelam a capacidade dos moçambicanos de resolver os seus problemas.
Ainda assim, disse que prevalecem desafios como a necessidade de mais emprego e habitação, a qualidade de ensino, expansão da rede de energia, gestão transparente e eficácia no combate à corrupção.
Em jeito de conclusão, o Chefe de Estado afirmou que o “estado da nação é estável e inspira confiança”.
Acordos com a Renamo
As últimas reivindicações da Renamo, o maior partido político do país, em torno do enquadramento nas Forças Armadas, também mereceram comentários.
Filipe Nyusi explicou que tudo o que aconteceu até agora, são passos de um processo em que a Renamo deve fazer a sua parte, cumprindo o acordo assinado, nomeadamente, a entrega da listas dos homens a serem integrados.
Ataques em Cabo Delgado
Na abordagem à situação na província de Cabo Delgao, Filipe Nyusi afirmou tratar-se de movimentos de forças de agentes que não estão satisfeitos com as perspectivas de desenvolvimento do país e que serão combatidos de forma eficaz.
Indulto a prisioneiros
Pela segunda vez desde que assumiu o poder, Filipe Nyusi anunciou o perdão de penas a cerca de 1500 presos, que já cumpriram parte da sua pena e que mostraram sinais de se terem reabilitado durante a detenção.
No final do discurso, as reacções não se fizeram esperar.
Para a Frelimo, partido que suporta o governo, Filipe Nyusi fez "uma radiografia fiel ao país" e, acima de tudo, deixou "bons argumentos sobre o futuro".
Tal como nos informes anteriores, as duas bancadas da oposição chumbaram a radiografia, classificando-na de uma "visão míope do país real".