O jornalista e activista angolano Rafael Marques acusou hoje “alguém” dentro das instituições governamentais angolanas de estar “abrincar com a verdade” na questão de esquadrões da morte que alegadamente operam em Luanda.
Marques respondia a declarações do director provincial de investigação criminal em Luanda Amaro Neto que negou a existência desses esquadrões, acrescentando que vai pedir á procuradoria para que leve os acusadores a fornecerem informação sobre isso.
Num artigo publicado no portal "Maka Angola" o jornalista disse haver grupos de elementos da polícia que percorrem as ruas de Luanda com listas de alegados criminosos a abater tendo já se registado mais de 90 desses casos.
“Vamos solicitar junto da procuradoria para que essas pessoas forneçam a informação em concreto de forma a facilitar todos esses processos que ainda estão pendentes”,respondeu o director provincial de Luanda da polícia de investigação.
"A seu tempo, nós, SIC, em companhia com a Polícia Nacional, vamos esclarecer", acrescentou.
Contactado hoje pela VOA, Rafael Marques, disse ter escrito sobre o caso ao ministro do interior, Ângelo da Veiga Tavares e que foi recebido por este a 29 de Maio último.
“O próprio ministro disse-me nessa altura que já tinha comunicado à Procuradoria-geral da República”, disse, fazendo notar que a carta que ele havia enviado “foi com cópia para o procurador, o presidente Assembleia Nacional e o ministro da Justiça e Direitos Humanos”.
“Para não criar mal-entendidos institucionais sobre quem está a dizer a verdade ou não, prefiro que a minha carta enviada a essas entidades seja respondida e sirva de resposta ao Sr. Amado”, disse Rafael Marques que recordou ter informado esses órgãos, incluindo a procuradoria da república, seis meses antes de serem publicados.
“Como é que estão a dizer agora que vão comunicar à Procuradoria-Geral da República?”, Interrogou.
“Alguém está a brincar com a verdade”, acrescentou Rafael Marques