O Governo do Presidente angolano João Lourenço tem defendido a agricultura como um sector de futuro para Angola, apontado-a como um ponto de partido importante para a diversificação da economia, que depende quase exlusivamente do petróleo.
Com o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020 em vésperas de ser debatido no Parlamento, especialistas questionam o investimento do Executivo no sector.
O colaborador do Centro de Estudos de Investigação científica, da Universidade Católica de Angola (CEIC) Fernando Pacheco diz entender que o OGE deve ser muito mais generoso com a agricultura, quando apenas um por cento destina-se ao sector.
"Os Estados africanos andam há décadas a defender que, no mínimo, 10 por cento do OGE deve canalizado para a agricultura, só que são poucos os países que cumprem, e Angola dedica apenas um por cento”, afirma Pacheco, que insta o Executivo a inverter o cenário.
O também antigo coordenador da Acção Para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Pacheco reprova a ideia de que a grande fonte de recursos financeiros para a agricultura deve ser o sector privado, que tem que recorrer à banca para fazer investimentos.
“Isto, na minha opinião, é errado e perigoso porque coloca responsabilidade no sector privado que qual nao está preparado para resolver o problema”, defende.
Outra organização que critica a pouca atenção do Executivo ao sector agrícola é a SOS-Habitat.
O seu coordenador, André Augusto, considera que o tempo de se priorizar a Defesa devia ficar no passado.
"Sempre o Governo nos habituou a priorizar no OGE o sector de defesa e segurança ao invés da agricultura, saúde e educação, isto só prova que nao se vai diversificar a economia com este valor para infimo para o sector agricola", diz.
O OGE deve ser discutido ainda este mês pela Assembleia Nacional.