Em 2015 Cabo Verde estará no sexto lugar da lista dos países africanos com maior percentagem de população urbana. Em 2050, o arquipélago será igualmente um dos países mais densamente povoados da África, revelam dados do relatório da Unesco sobre África “Geração 2030”, apresentado esta semana em Joanesburgo, na África do Sul.
O mesmo relatório apela, por conseguinte ao investimento na geração mais nova do continente berço da humanidade. Aos governantes cabo-verdianos fica igualmente uma séria chamada de atenção.
Confrontado com esses dados, o geógrafo e professor universitário José Maria Semedo diz que o aumento da população urbana não deve ser visto com alarmismo.
Semedo entende que actualmente já não se justifica a tese antes defendida por determinados sectores, de que “o aumento da população em zonas urbanas é sinal de desorganização e problemas, porquanto a partir do momento que se criou a ONU Habitat as coisas passaram a ser vistas de outra forma”.
No entanto José Maria Semedo defende que algumas medidas devem ser tomadas para acompanhar esse crescimento, como “a colocação na prática das directivas traçadas sobre o plano de ordenamento do território.
Por outro lado, o geógrafo afirma não ser possível manter a maioria da população em zonas rurais, já que a área cultivável no arquipélago é de aproximadamente 10 por cento do território.
Contudo, José Maria Semedo advoga a necessidade das autoridades traçarem políticas que permitam o crescimento económico e, consequentemente, a criação de empregos.
Por sua vez, o estatístico e demógrafo do Instituto Nacional de Estatísticas Carlos Mendes, ouvido também pela VOA, adverte que o aumento da população urbana exige “a tomada de algumas medidas para acompanhar esse crescimento”