Um barco de uma organização humanitária que transportava 59 migrantes resgatados da Líbia foi desviado para Barcelona, neste domingo, após a Itália e Malta, mais próximas do local do resgate, terem recusado deixá-lo atracar.
Segundo a Reuters, a embarcação Open Arms, administrada pela organização espanhola Proactiva Open Arms, “voltava para casa” no sábado, depois de receber uma oferta de um porto seguro do prefeito de Barcelona, Ada Colau.
Usando o twitter, a entidade denunciou “políticas desumanas e portos fechados na Itália e Malta” e disse que o barco chegaria a Barcelona na quarta-feira.
Noutro episódio semelhante, a 11 de junho, a Espanha ofereceu-se para receber outra embarcação de resgate, a Aquarius, com 629 migrantes a bordo, depois da recusa da Itália e Malta.
As dificuldades da Aquarius, que finalmente atracou em Valência, provocaram uma onda de insultos e acusações entre os países da União Europeia (EU) sobre quem deveria assumir a responsabilidade pelos imigrantes resgatados no Mediterrâneo.
Declínio e desastres
Na sexta-feira, os líderes da UE chegaram a um difícil acordo sobre a migração, que o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse ser positivo para a Itália, a nação europeia que recebeu um grande número de migrantes por mar nos últimos anos.
No entanto, o acordo não obriga outros países da UE a dividir a responsabilidade pelos resgates no Mediterrâneo.
O Proactiva Open Arms informou que entre os migrantes, que embarcaram no início do sábado, há cinco mulheres e quatro crianças. Eles são de várias nacionalidades, incluindo palestinos, sírios e guineenses.
Mais de 650.000 migrantes desembarcaram na Itália desde 2014, principalmente depois de serem resgatados no mar ao largo da costa da Líbia por grupos privados e públicos. A Itália está abrigando cerca de 170.000, mas o número de chegadas despencou neste ano.
Apesar do declínio nas chegadas, ainda há histórias diárias de desastres, à medida que os migrantes fazem a perigosa travessia da África para a Europa.
A Guarda Costeira da Líbia disse que cerca de 100 pessoas terão afogado, em Trípoli, na sexta-feira.