Uma guineense na Líbia contou à Voz da América ter visto crianças e mulheres, entre eles 44 guineenses, retidos naquele país no centro de acolhimento da Organização Internacional de Migração.
Karina Tavares, na Líbia como voluntária, confirmou o registo de mulheres forçadas a prostituirem-se e outros guineenses submetidos a escravatura sob forte tortura.
Segundo ela, viu sinais de maus-tratos como cicatrizes e revelou estar sem palavras com o que assistiu: "Estou muito perturbada com o que estou a assistir aqui".
Pelo que viu e ainda está a assistir, Karina Tavares, afirma que não há mais espaço para os africanos na Líbia e sublinhou que o ódio pelos emigrantes é muito grande:
"Qualquer africano que ficar neste país, não terá sorte de maus tratos, mas sim será morto".
Evidentemente comovida, a cidadã guineense, afirma ter solicitado a intervenção do Estado da Guiné-Bissau, através de uma instância ao mais alto nível, estando, por isso, à espera de uma resposta rápida para ajudar a retirar os guineenses da Líbia.
Em entrevista à Voz de América, Karina Tavares, revelou ainda que a maioria das mulheres guineenses naquele território possuem também nacionalidade gambiana.
"[Elas] são postas como prostitutas. Onde trabalham são obrigadas a prostituírem-se", conta.
No momento desta entrevista, Karina Tavares, disse à VOA que iria deixar a Líbia nas horas seguintes.