O ensino público em Angola está politizado e não cumpre os seus prórpios objectivos, disse o presidente da Associação Nacional de Ensino Particular em Angola, António Pacavira.
Pacavira falava no primeiro de dois dias do 11º congresso internacional do ensino particular em Angola que arrancou esta quinta-feira, 03, no Lubango.
O ensino particular em Angola tem vindo a crescer com um cada vez maior número de escolas particulares a preencherem o vazio deixado pelo ensino publico que não responde às necessidades.
“ Repara que nós temos políticas públicas como merenda escolar que é fraca, transporte escolar é inexistente saúde escolar é inexistente, uniforme escolar é inexistente livro escolar é débil aparece mas não satisfaz”, disse Pacavira para quem dessas cinco políticas públicas “só uma funciona mais ou menos que é a do livro escolar”.
“Só por aí dá para reflectir e avaliar que a qualidade de ensino não é boa”, a crescentou afirmando ainda que “A educação deve ser mais técnica do que política (e esse) é um dos problemas que o país tem, o país valoriza o lado político do que o técnico”.
Presente no encontro o secretário provincial do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF) na Huíla, João Francisco reiterou o apelo para que o executivo suba a dotação financeira para a educação no próximo Orçamento Geral do Estado (OGE).
O sindicalista lembra que o fraco investimento na educação tem consequências.
“ Quando nós estamos a olhar para o ensino particular que cresça estamos a aceitar a mercantilização do ensino o que não é aceitável”, disse.
“Um país como Angola não pode tender para esse caminho porque quem cria dificuldades no ensino público para que as crianças encontrem refúgio no ensino particular é o próprio governo”, acusou.
A directora do gabinete provincial da educação da Huíla, Paula Joaquim, admite que são necessários mais investimentos a começar pelas condições dadas aos professores.
“ Temos que reconhecer que é preciso dar condições aos professores e dar condições condignas e ao professor que trabalha no município”, disse
Os problemas na educação voltam a ser levantados numa altura em que o SINPROF e o ministério da educação deram início a negociações sobre um caderno reivindicativo com 11 pontos. Os professores não descartam uma paralisação ainda no primeiro trimestre do presente ano lectivo.
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