A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) volta a manifestar-se indignada, com a falta de esclarecimento das circunstâncias do rapto e assassinato de um empresário, em Maputo, e considera que a situação é insustentável.
Analistas dizem, entretanto, que dada a degradação da situação, o Governo vai ter que aceitar as ofertas que têm sido feitas por instituições internacionais para lidar com esta questão, tal como o fez em relação ao terrorismo em Cabo Delgado.
A ministra do Interior, Arsénia Massingue, indicou que o país registou, entre Janeiro e Novembro, 11 raptos e 27 detenções ligadas aos crimes.
O presidente do pelouro de Turismo, Hotelaria e Restauração na CTA, Abdullah Muhammad, diz que os empresários estão aterrorizados com a deterioração da situação de segurança no país e sublinha que vários empresários já se viram obrigados a abandonar Moçambique e refere que este clima não é saudável à atracção de investimentos.
O analista político Lucas Ubisse, em conversa com a Voz da América, considera que a situação dos raptos ainda se vai degradar, enquanto o Governo continuar relutante em solicitar meios para ter uma polícia mais eficaz no combate aos raptos.
O empresário Salimo Bicá, por seu lado, exige a intervenção do Presidente da República, através das instituições que dirige, para pôr fim aos raptos, cujas vítimas, na sua opinião, "são sempre empresários de origem asiática, e eu não sei porquê".
"Há um trabalho muito sério que deve ser feito dentro da própria polícia, e eu não sei porque é que as principais vítimas deste crime são sempre empresários, maior parte dos quais de origem asiática", lamentou o jovem empresário Haris Jumbilal, na cidade de Maputo.
Para o jurista Baltazar, "é claramente uma questão de dinheiro, porque existe a tendência de se dizer que os empresários de origem asiática e outros têm muitos valores guardados em casa e em bancos, e o que os raptores querem é dinheiro".
"A questão dos raptos está, claramente, ligada ao poder económico e financeiro que essas pessoas ostentam", realça aquele jurista, que é também pesquisador do CIP.
Os raptos foram considerados pela Procuradora-Geral de Moçambique, Beatriz Bucceli, no seu informe anual em 2022, o principal problema da justiça de Moçambique.
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