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Empresários e académicos pedem maior fiscalização às empresas angolanas


Delegação da Inspeção Geral do Trabalho em Malanje, Angola
Delegação da Inspeção Geral do Trabalho em Malanje, Angola

“Operação Trabalho Digno” regista mais de 26 mil infrações à legislação laboral 5. 280 visitas a locais de trabalho

Técnicos da Inspeção Geral do Trabalho (IGT) de Angola registaram mais de 26 mil infrações à legislação laboral no âmbito da “Operação Trabalho Digno”, realizada de 3 de julho a 29 de novembro, após 5. 280 visitas.

Empresários e académicos pedem maior fiscalização.

Empresários e académicos pedem maior fiscalização às empresas angolanas
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A operação realizada em três fases e em metade das 18 províncias que visou 2.966 empresas e 188.712 trabalhadores, entre os quais mais de cinco mil expatriados, constatou, entre várias infrações, como graves, o excesso de horário de trabalho, falta de pagamento à segurança social, não inscrição dos trabalhadores ao sistema de proteção social.

No setor do comércio e da indústria transformadora e extrativa, a operação concluiu o documento, 1.o59 empregadores, revelaram desconhecimento da legislação laboral.

O presidente da Associação Industrial de Angola, (AIA) entende ser preciso facilitar o acesso da legislação laboral aos empregadores.

“O que tem que haver é mais inspeção com caráter de persuasão, de transmitir à classe empresarial e dos próprios trabalhadores aquilo que a lei determina. Nós já propusemos que em termos de literacia aquilo que se publica em lei deve ser levado em todas as empresas. Ora, o conhecimento da lei não é responsabilidade máxima das associações, não, é da responsabilidade do próprio Estado que fez uma legislação e tem que disseminar, nós propusemos que os diários da república que hoje são caros pudessem ser trazidos às associações de forma gratuita e automática”, aponta José Severino.

O jurista Raiked Correia entende que o elevado desconhecimento das leis laborais decorre também da falta de investimento na formação e sensibilização, ausência de investimento em assessoria e cultura da formalidade das empresas no mercado.

"Muitas das vezes a fiscalização é punitiva, é uma fiscalização dura e às vezes esquecem-se dos aspetos pedagógicos e a própria IGT muitas das vezes esquece-se que quem garante o emprego é a empresa e quem precisa de trabalho é o trabalhador”, diz Correia.

No âmbito da “Operação Trabalho Digno” foram detidos 85 cidadãos estrangeiros acusados dos crimes de corrupção, desobediência e abuso de confiança ligados à retenção de valores para a inscrição dos trabalhadores ao sistema de proteção social.

Bernardo Carlos Cambundo, da UNTA-Confederação Sindical na Huíla, diz que a organização se tem batido junto de quem de direito em defesa da segurança social, um elemento crucial na estabilidade das famílias.

“Estamos a levar famílias para uma vida menos boa que pode conduzir a uma série de pessoas, cidadãos, jovens crianças que dependem desse trabalhador que não está inscrito e que amanhã está reformado estamos a ver o que se está a passar na sociedade muitas pessoas partem para comportamentos menos bons”, afirma Cambundo.

Na operação, 117 empresas viram a sua atividade temporariamente suspensa nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Lunda Norte, Uíge, Malanje, Bengo, Zaire e Cunene por não observarem as regras de saúde e higiene no trabalho.

Para a ministra do trabalho e segurança social, o trabalho inspetivo deve prosseguir em nome do bem maior.

“A Inspeção Geral do Trabalho tem uma palavra a dizer no combate à pobreza através da garantia da cultura de prevenção e da proteção da pessoa humana a paz e a harmonia social entre o empregador e o trabalhador”, defendeu Teresa Dias.

Entre os benefícios, a mesma operação obrigou a contratação de 3.236 novos trabalhadores, melhoria das condições de trabalho de 150.932 empregados e a inscrição de 17.852 no sistema de proteção social obrigatório.

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