O Corredor do Lobito vai abrir rotas comerciais que se podem estender da costa atlântica no Lobito ao índico na Tanzânia, o que é visto como um passo para a integração económica da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e, eventualmente, de todo o continente africano.
Numa entrevista à Voz da América, o ministro das Relações Exteriores de Angola, Tete António, enfatizou que sem rotas de transporte não pode haver intgegração económica.
O Governo angolano formalizou em fevereiro a sua entrada no mercado único africano através, por agora, do setor dos transportes aéreos.
Mas empresários angolanos apontam ainda imensos obstáculos pela frente.
José Severino, presidente da Associação Industrial Angolana (AIA) considera que tudo não passa para já de “sonhos de idealistas africanos”
Severino diz ser preciso haver programas concretos nesse sentido e “não apenas discutir questões administrativa”.
“Precisamos primeiro aumentar o Produto Ingterno Bruto (PIB) dos países africanos que é ainda muito baixo pois as populações crescem a um ritmo muito rápido e tudo quanto se produz serve para consumo interno”, disse o dirigente da AIA para quem “precisamos industrializar mais, precisamos de financiamentos para a agricultura, para que Angola tenha excedente e possa exportar para África, precisamos meios de transporte, infraestruturas, créditos e muita industrialização".
O presidente Associação dos Empresários Angolanos Francisco Viana critica a visita do Presidente Joe Biden a Angola, afirmando que ele “não pode vir à nossa casa e falar apenas com o nosso opressor, não faz sentido nenhum, ele só vem atrás da bufunfa (dinheiro) do corredor, mas o corredor do Lobito sem os angolanos não funciona”.
Rui Magalhães, empresário do setor agrícola em Benguela, e considera utópica esta questão de mercado único para África.
"Isto é utopia, são apenas teorias, a ideia em si é boa, espetacular e necessária mas agora implementar isso na prática?”, interrogou-se
“Ok vamos fazer negócios entre os empresários locais mas que ligação existe entre estas zonas económicas que se quer? Que moeda usar? Transações bancárias? e por aí fora!", pergunta aquele empresário.
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