O anunciado empréstimo de 10 milhões de euros (mais de 1 bilião de Kwanzas) feito pelas autoridades angolanas a Cabo Verde está a ser entendido, em Luanda, como uma operação de charme de um governo cujo país tem muitos problemas sociais por resolver.
O responsável da SOS Habitat Rafael Morais considera irresponsável a atitude do Governo de Angola.
O responsável da SOS Habitat Rafael Morais considera irresponsável a atitude do Governo de Angola.
“Estou a vir da Quissama onde as pessoas lá enviada estão a beber água turva do rio”, disse.
O porta-voz do Partido de Renovação Social (PRS) , Joaquim Nafoia afirma que o governo de Angola devia olhar primeiro para os problemas internos do país.
“Não entendemos como é que este empréstimo vem de um governo que não consegue dar uma habitação condigna ao seu próprio povo”, declarou.
O conhecido jornalista Makuta Ankondo diz, por seu turno que o gesto traduz o desprezo e a falta de respeito do Governo do MPLA: “Há uma seca extrema no sul do país e fome, miséria e falta de emprego em todo lado, mas mesmo assim o Governo do MPLA dá-se ao luxo de dar ajuda financeira à Cabo Verde”, afirmou.
Angola e Cabo Verde assinaram esta terça-feira em Luanda um acordo de financiamento de para apoiar a execução de projectos de infra-estruturação em curso no arquipélago.
No final da cerimónia, Cristina Duarte disse à imprensa que a verba disponibilizada por Angola visa apoiar o Governo de Cabo Verde na execução do seu programa de infra-estruturação da economia, nomeadamente a construção, expansão e modernização de seis aeroportos, de quatro aeroportos internacionais, a cobertura do país com uma estrutura rodoviária e de governação electrónica.