Links de Acesso

Empresas privatizadas em Angola caiem na inactividade


Complexo privatizado em Benguela ao grupo Aderito Areias
Complexo privatizado em Benguela ao grupo Aderito Areias

No Conselho Consultivo do Ministério das Relações Exteriores, na última semana, o Presidente João Lourenço assumiu que a crise alimentar mundial deve colocar Angola na rota das suas potencialidades agro-industriais, fazendo apelo ao investimento estrangeiro mediante o Programa de Privatizações (PROPRIV).

Empresas privatizadas inoperantes em Benguela - 2:58
please wait

No media source currently available

0:00 0:02:58 0:00

Mas complexos agro-industriais alienados a grupos empresariais angolanos há quase dois anos, no quadro do programa , continuam sem sinais de vida devido a limitações associadas ao ambiente de negócios, que deixa o empresário descapitalizado e sem infra-estruturas capazes de dinamizar o investimento, indicam levantamentos feitos pela VOA.

A fábrica de concentrado de tomate do Dombe Grande, em Benguela, custou ao Grupo Adérito Areias, segundo o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), 311 milhões de Kwanzas, pouco mais de 615 mil dólares norte-americanos, bem abaixo dos 5 milhões de dólares investidos pelo Governo.

Ainda em Benguela, o Grupo António Mosquito aplicou 8 milhões de dólares no Pólo

Agro-industrial do Cubal, que custou ao erário 40 milhões de dólares.

Complexos existentes no Bengo, Namibe e Malanje ficaram igualmente muito aquém do que saiu das finanças públicas, mas nem isso garante sinais de vida.

O secretário-geral da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), José Maria Katyavala, diz não estar surpreendido com o espectro de abandono ainda vigente mas diss que nao há outra alternativa.

“Agora, não há outra saída, o importante é que os investidores que beneficiarem destas privatizações venham a utilizar da melhor maneira possível, tornar os empreendimentos viáveis, sobretudo para gerar riqueza e empregos”, disse.

O economista Abílio Sanjaia, em reacção ao discurso de diplomacia económica, feito por João Lourenço perante dezenas de embaixadores angolanos, diz que o ambiente de negócios é tão complicado tanto para o nacional como para o estrangeiro fazendo notar a falta de infra-estrutras

“Isso só é possível quando tivermos a nossa casa arrumada, com uma aposta nas

infra-estruturas”, disse Sanjaia pafraquem “nós tivemos um elevado investimento na energia mas actualmente os empresários ainda recorrem a grupos geradores, não se nota o impacto”.

“Há problemas com as estradas, dificilmente se chega a estes empreendimentos, falta água (e) assim não se atrai o investimento”., afirmou

De acordo com Sanjaia, a situação actual exige que se olhe também para o quadro político

“O estrangeiro vem investir com garantias de que os seus direitos serão salvaguardados, disse relembrando depois os actuais escândalos envolvendo juízes de instituições jurídicas superiores.

“Essas suspeições que existem na nossa justiça … sinceramente, desmotiva o investidor”, acrescentou

A Associação Industrial Angolana insiste na necessidade de fundos suportados pelo Estado, salientando que as transformações não são feitas só com a banca comercial.

Fórum

XS
SM
MD
LG