As empresas de segurança privada e sistemas de auto-proteção de Angola estão obrigadas a partir de desta quarta-feira, , a entregar as armas de guerra em sua posse para serem substituídas por espingardas semi-automáticas de calibre 12 e pistolas de 6.7 milímetros, permitidas por lei.
Trata-se de um velho desejo da Polícia Nacional (PN) que encontrou resistência ao longo das várias operações de recolha de armas com cariz voluntário.
Desta vez, o diretor adjunto de comunicação institucional e imprensa da, Mateus Rodrigues da PM disse aos jornalistas que empresas de venda de armas serão criadas e licenciados centros de treinamento para as empresas de segurança privada.
A operação, denominada “Recolha das Armas de Guerra”, decorre até ao dia 5 de Março e vai permitir retirar destas empresas mais de 40.494 armas de guerra que a corporação considera serem “uma fonte para alimentar o mercado das armas por parte dos marginais”.
Das 4093 empresas privadas de segurança sob o controle da PN apenas 2.448 estão licenciadas sendo 1.645 não licenciadas
Mateus Rodrigues deu a conhecer que entre os meses de Janeiro de 2024 e Fevereiro deste ano a corporação registou o roubo ou furto de 254 armas de fogo.
O jurista Manuel Cangundo considera legítima a medida do Governo mas lembra que as empresas visadas não são a única fonte de armas que alimentam a criminalidade.
“A polícia e os órgãos de defesa e segurança são a maior fonte de armas de fogo para a criminaslidade”, defendeu aquele jurista.
.O sociólogo e acadêmico João Lukombo Nzatuzola questiona o caráter compulsivo da medida com o argumento de que as empresas em causa foram constituídas legalmente e os seus donos são conhecidos.
“Algumas dessas empresas (são) de altas chefias militares ou partidárias, do governo de qualquer entidade que manda neste país e não foram criadas clandestinamente”, sustentou Lukombo
De recordar que, em 2016, a Polícia Nacional de Angola tinha admitido que muitas armas que alimentam a delinquência em Angola são traficadas por militares e polícias a partir dos quartéis e esquadras da corporação.
De acordo com o antigo Comandante-Geral, o comissário-chefe Paulo de Almeida, tinha reconhecido que havia “ agentes e militares que têm desviado armas para a delinquência beneficiando duma compensação”.
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