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Empresários angolanos divididos sobre proibição de importação de produtos de origem animal


Agentes económicos angolanos estão divididos quanto ao impacto da decisão do governo de deixar a partir de 15 de março próximo de emitir licenças para a importação de alguns produtos alimentares de origem animal, nomeadamente aves, suínos e bovinos.

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Com isto o Governo angolano pretende fortalecer a produção interna e reduzir a sua dependência do mercado externo.

Mauro Reis empresário ligado a venda de produtos de origem animal, entende a intenção do governo em valorizar a produção nacional, mas receia que a atual incapacidade de produção do país se reflita de forma negativa na vida da população vulnerável

“ Antes de nós proibimos as importações dessas coisas nós temos que pôr no nosso país condições de verdade, não condições superficiais! Produzimos alguma coisa um bocadinho mas para o nosso consumo humano não temos o suficiente. Eu tenho aviário, faço galinhas e sinto uma dificuldade muito grande em conseguir as rações, nós nem milho temos aqui. Para mim seria bom eu vender mais galinha, mas o produto vai ficar caro”, avisou

Mais otimista está o presidente da Associação dos Avicultores da Huíla, Miguel Calandula, que vê na medida uma decisão assertiva com impacto na criação de emprego e capitalização do setor.

O responsável admite que o mercado precisa ainda de preparar-se mas a decisão se impunha.

Calandula disse que entende qu euitos digam que era preciso “ir por passos” mas acrescentou que “era preciso também tomar uma medida desta natureza para de repente arregaçarmos as mangas e responder a necessidade que o país tem dando vazão a aquilo que é o discurso do executivo hoje”.

“Tomada esta medida aqueles que estavam tímidos para poderem fazer alguma coisa hoje poderão olhar para nós e engrenar para este tipo de atividade”, disse

O presidente da Associação Industrial de Angola, (AIA), José Severino, compreende a posição do governo que precisa de regular o negócio da importação, mas sugere mais apoios aos empresários para que estejam em condições para atender o mercado.

“Já não falo do bovino, fazer frango é uma atividade complexa e de grande investimento. O governo fez bem uma reunião para garantir a soja e o farelo, se fizer isso, vamos andando e vamos crescendo”, disse.’

Lembrar que o negócio da importação de alimentos em Angola incluindo os produtos de origem animal é dominado por grupos árabes estrangeiros.

A medida do governo tornada pública recentemente segundo o ministério da agricultura e florestas por via do Instituto dos Serviços Veterinários, vai começar com o fim das licenças à importação de "miudezas, fígado, dobrada, rins, coração e pulmões de bovino entre outros e partir de 31 de julho deixarão de entrar no país entre vários produtos, pescoços de porco, coxas de galinha rija e coxas de peru”.

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