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Embaixadora americana reitera apoio a Cabo Verde na luta contra a insegurança alimentar e defende reforma da ONU


Embaixadora americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, e primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva,Praia, 7 Agosto 2022
Embaixadora americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, e primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva,Praia, 7 Agosto 2022

Os Estados Unidos prometem continuar a ajudar os países africanos na luta contra a insegurança alimentar provocada pela pandemia da Covid-19 e, principalmente, pela guerra na Ucrânia, reiteram apoio a Cabo Verde e defendem a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

As garantias foram dadas neste domingo, 7, pela embaixadora dos EUA junto as Nações Unidas na cidade da Praia, Cabo Verde, no final de um périplo que a levou ao Gana e Uganda.

No final de um encontro com o primeiro-ministro cabo-verdiano, em conferência de imprensa, Linda Thomas-Greenfield disse que Washington continuará a apoiar o arquipélago que, segundo ela, “é realmente um exemplo e modelo para todo este continente, não apenas para esta região”.

Ulisses Correia e Silva disse no encontro com a diplomata que o seu Governo tem vindo a apelar à comunidade internacional para ajudar a ultrapassar a situação de insegurança alimentar.

“Vamos trabalhar com outros parceiros para garantir que eles respondam ao apelo e às necessidades que o primeiro-ministro identificou aqui”, afirmou Thomas-Greenfield ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares e lembrou que “ninguém e nenhum país está imune ao impacto devastador da guerra da Rússia na Ucrânia, incluindo países em nações insulares como esta”.

“Hoje, com o primeiro-ministro, discutimos detalhadamente a crise de segurança alimentar. Porque aqui em Cabo Verde 10% da população já está a enfrentar problemas de segurança alimentar”, acrescentou a diplomata americana, dizendo que “os Estados Unidos sentem-se verdadeiramente honrados nesta parceria com Cabo Verde, um país que serve de modelo regional de respeito aos processos democráticos, justiça e direitos humanos”.

Desculpas da Rússia

Thomas-Greenfield voltou a acusar a Rússia de provocar esta crise mundial de alimentos e a insegurança alimentar, principalmente em África, e afirmou que o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, visitou recentemente alguns países africnos apenas para apresentar desculpas.

“O que ele esteve aqui a fazer no continente foi dar desculpas para o que estão a fazer na Ucrânia. Eles atacaram o seu vizinho, eles criaram uma crise global internacional que levou à insegurança alimentar em todo o mundo. E eles estiveram aqui para defender isso, não para aceitar a responsabilidade. E não há ninguém para culpar pelo que está a acontecer a não ser a própria Rússia. E eles podem corrigir isso, parando a guerra na Ucrânia”, afirmou na conferência de imprensa.

A diplomata, que foi sub-secretária de Estado para Assuntos Africanos durante a Presidente de Barack Obama, admitiu que “esta crise apresenta uma oportunidade para a África se tornar mais independente e construir os seus próprios suprimentos de alimentos, para que não sofra quando acontecem coisas a milhares de quilómetros de distância”.

Ante a crise actual e com apelos cada vez mais fortes de uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, Linda Thomas-Greenfield disse que Washington defende a reforma.

“Temos sido claros sobre isso desde o início. Estamos preparados para ter essas discussões”, garantiu a diplomata, quem revelou que “discutimos com vários países as diferentes configurações do que eles estão propondo, em termos de novos membros permanentes, e esperamos continuar essas discussões com a ideia de que chegaremos a uma decisão sobre a realização de algumas reformas”.

Na sua página no Facebook, o primeiro-ministro cabo-verdiano confirmou ter abordado com a embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU o “agravamento da insegurança alimentar provocada pela invasão da Rússia à Ucrânia, que despoletou numa grave escalada de aumento de preços internacionais de combustíveis e produtos alimentares de primeira necessidade” e a problemática das mudanças climáticas, da transição energética e dos Oceanos.

“Participarei numa importante Cimeira EUA/Africa, em Dezembro deste ano, momento em que teremos oportunidade de reforçar as temáticas de especial interesse para a Africa, SIDS e Cabo Verde”, concluiu Correia e Silva.

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