Em Nampula, o maior circulo eleitoral de Moçambique, as opiniões acerca do modo como decorreram as eleições de ontem dividem-se.
Há quem avalie o processo de forma positiva, argumentando que foi ordeiro, teve inicio à hora prevista e encerrado igualmente à hora recomendada pela lei, observando os critérios definidos, como, por exemplo, a distribuição de senhas aos eleitores na bicha na hora do fecho.
Outros eleitores consideram, no entanto, que o processo foi manchado por diversas irregularidades.
Entre as irregularidades, os eleitores apontam a morosidade no atendimento por parte dos membros das mesas de voto, o que provocou filas longas, o corte sistemático da corrente eléctrica nos postos de votação, principalmente naqueles que funcionaram na periferia da cidade de Nampula, o uso de armas de fogos por parte da polícia e tentativas de inclusão nas urnas de votos pré-validados a favor de Filipe Nyusi e Frelimo.
A polícia também é acusada de ter ficado num raio de 10 a 30 metros das urnas, quando a lei impõe uma distância de 300 metros das assembleias de voto.
Para colmatar a falta de energia, os membros das mesas de votação usaram os seus telemóveis, reforçando assim a luz das lanternas fornecidas pelo STAE.
Importa sublinhar que ainda decorre o processo de apuramento dos resultados a nível provincial.
Os resultados só devem ser conhecidos amanhã.
Recorde-se que em Naampula estavam inscritos mais de dois milhões de eleitores que deverão eleger 47 deputados à Assembleia da República.