Com o anúncio da recandidatura na quarta-feira, 28, do Presidente de Cabo Verde às presidenciais de 2 de Outubro, o analista politico Nardi Sousa espera que o pleito venha a contar com outras candidaturas concorrentes.
As sondagens indicam que Jorge Carlos Fonseca parte às eleições com o apoio do Movimento para a Democracia (Mpd), partido no poder, enquanto no lado da família do PAICV ainda não se vislumbra nenhuma figura disponível para a corrida presidencial.
O sociólogo Nardi Sousa considera que a maior força política da oposição e que esteve na governação do arquipélago nos últimos 15 anos, tem a responsabilidade de descortinar e apoiar um candidato à eleição de Outubro.
“Seria mau para a democracia não haver candidaturas concorrentes nas presidenciais que se avizinham”, realça o analista político.
Numa leitura sobre a não disponibilidade de José Maria Neves para concorrer às presidenciais, depois do anterior primeiro-ministro ter deixado em aberto essa possibilidade antes das legislativas ganhas pelo MpD, Sousa entende que o desgaste como chefe do Executivo pode pesar na decisão para o mesmo não avançar.
Sobre a necessidade de cidadãos independentes participarem mais activamente na vida politica, o sociólogo afirma que a bipolarização política reinante no arquipélago rouba espaço a elementos da sociedade civil para qualquer aventura eleitoral.
“Julgo que num país onde as pessoas dependem do estado para quase tudo, torna-se complicado os cidadãos que não estejam filiados e ou conotados com os principais partidos, sobretudo o que estiver no Governo, conseguir espaços de manobra”, remata Nardi Sousa.
Também o professor universitário Daniel Medina destaca a importância da eleição presidencial de Outubro contar com a participação de mais de um candidato.
Dessa forma, diz, a democracia sairia a ganhar, já que haveria debates de ideias, factor crucial para a vitalidade do sistema democrático e vida do país.