Cerca de 394 mil eleitores em Cabo Verde e na diáspora escolhem neste domingo 18, entre 600 candidatos, os 72 deputados do Parlamento.
O partido mais votado formará Governo, 30 anos depois das primeiras eleições democráticas.
Dos 72 parlamentares, seis são eleitos na emigração, dos quais dois nas Américas, círculo que chegou a definir a eleição presidencial de 2001 e que nas legislativas é sempre uma praça forte.
A disputa é acirrada entre o PAICV, que sempre ganhou as eleições mas que nas últimas duas votações têm dividido os dois lugares no Parlamento com o MpD, e o actual partido no poder que aposta em melhorar resultado de há quatro anos e vencer a contenda.
A UCID, que pela primeira vez concorre em todos os círculos, tenta fazer ouvir a sua vez.
O PAICV, na oposição e cujo cabeça de lista é o actual deputado Alberto Alves, acredita que vai ganhar os dois lugares e aponta as suas propostas.
“Estamos a trabalhar para isso”, assegura Alves que aponta a retomada dos voos da companhia aérea de bandeira, a Cabo Verde Airlines, “uma das prioridades”.
Outras apostas, segundo aquele parlamentar, passam “pela introdução de melhorias no Estatuto do Investidor Imigrante, aprovado na actual legislatura mas que ainda não foi regulamentado, revisão do Código Aduaneiro, por forma a introduzir facilidades e benefícios para os emigrantes, modernização e introdução de mais celeridade nos processos aduaneiros, a valorização e aproveitamento das competências técnicas dos quadros cabo-verdianos residentes na diáspora, sobretudo dos jovens, a implementação do Conselho das Comunidades, melhoria da prestação do serviço dos consulados e embaixadas e a governação digital”.
De olho numa vitória, o MpD, no poder, mostra o trabalho do Governo liderado por Ulisses Correia e Silva que, ante muitas adversidades conseguiu manter o país num bom caminho, segundo a cabeça-de-lista pelo círculo das Américas.
Fátima Write lembra “muitas tragédias e dificuldades”, bem como a seca e a pandemia, mas acredita numa vitória.
Na lista das promessas, Write enumera a “criação da Casa da Cultura, a criação do Museu do Emigrante, a inclusão da diáspora no desenvolvimento de Cabo Verde, uma plataforma empresarial da diáspora com o objectivo de promover a internacionalização das empresas de Cabo Verde e potenciar o papel da diaspora enquantro agente, atribuição de bolsas de estudo a imigrantes”, entre outras áreas como desporto.
A terceira força, a UCID, estreia-se este ano em todos os círculos e acredita que pode contribuir para que a “emigração tenha o seu lugar em Cabo Verde”.
Benjamin Teixeira, cabeça de lista na América do partido que nasceu na emigração na década de 1970, promete, em caso de ser eleito, a abertura “de um escritório exclusivamente para acompanhar os problemas dos emigrantes, onde as pessoas podem contactar-nos, expor os seus problemas, levaremos essas preocupações ao Parlamento e depois traremos as soluções”.
Texeira, no entanto, diz centralizar o foco nos problemas que "os emigrantes enfrentam junto das Alfândegas, investimentos em Cabo Verde e os transportes aéreos”.
Apesar de ser a maior comunidade cabo-verdiana emigrada, pouco mais de 11 mil estão recenseados para votar nos Estados Unidos, que se distribuem por 18 mesas de voto e 14 cidades.
Além do círculo das Américas, que cobre todo o continente americano, são eleitos dois deputados pela Europa e dois pela África.
No país são eleitos 66 parlamentares.