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Eleições Angola: A "guerra dos números" entre o MPLA e a UNITA


Delegado de mesa olha para urna com os boletins de voto, em Luanda, Angola
Delegado de mesa olha para urna com os boletins de voto, em Luanda, Angola

CNE aponta vantagem do MPLA após a contagem de um terço dos votos e UNITA garante que indicadores apontam para uma maioria do partido

Carca de sete horas depois depois do fecho das urnas em Angola, às 17 horas locais, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e a UNITA, principal partido no poder, apresentaram números contraditórios sobre a contagem dos votos.

O porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, indicou que quando estavam contabilizados 33,16 por cento dos votos, o MPLA, partido no poder, liderava a contagem com 60,55 por cento dos votos, seguido da UNITA com 33,85 por cento.

Ainda segundo a mesma fonte, com um terço dos votos escrutinados, na terceira posição surge o PRS, com 1,45%, seguido da FNLA (1,28%) , PHA (1,05%), CASA-CE (0,70%), APN (0,51%) e P-Njango (0,48%).

Com este ritmo, tudo indica que os resultados provisórios podem ser apresentados pela CNE até o fim desta quinta-feira, 25.

Contra-ataque

Entretanto, também a UNITA convocou a imprensa para garantir que a contagem dos votos lhe dá vantagem e que está confiante na vitória.

O candidato a vice-Presidente Abel Chivukuvuku assegurou que indicadores apontam para uma vitória do partido.

“Os nossos centros de escrutínio [dão] claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do no nosso país”, disse Chivukuvuku, quem deu como exemplo o facto de, em Luanda, o MPLA vencer apenas no município da Quissama.

Na capital, de 60 por cento dos votos escrutinados a UNITA vai na frente com 66 por cento, de acordo com o presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, que integra a lista do partido do “galo negro”.

Na diáspora, embora o número de eleitores não seja expressivo, Abel Chivukuvuku afirmou que a UNITA ganhou em todos os círculos à excepção de Berlim, na Alemanha e Joanesburgo, na África do Sul.

Nesta “guerra de números”, ao contrário do que estipula a lei recentemente aprovada no Parlamento com os votos da maioria do MPLA, após o encerramento das urnas, a Televisão Pública de Angola divulgou os resultados de uma sondagem do instituto espanhol Sigma Dos, que dá vitória ao MPLA, com 53,6% dos votos.

A mesma fonte indicou que a UNITA conseguiria 42,4%, e em terceiro a CASA-CE, com 1,7%.

Meia hora depois, o presidente da UNITA divulgou no Facebook uma sondagem feita à boca das urnas pelo Movimento Cívico Mudei que aponta para a vitória do seu partido por uma maioria muito confortável.

"Os angolanos não se distraiam com as sondagens da TPA! Na realidade em todas as actas apuradas a UNITA lidera com grande vantagem", acrescentou Adalberto Costa Júnior.

Refira-se que a CNE tem até 15 dias para apresentar os resultados finais, mas tem um prazo de três dias para dar a conhecer os resultados provisórios.

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