A ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social de Angola disse recentemente que o Governo criou nos últimos cinco anos quase 500 mil empregos, cuja metade deles foram destruídos pela pandemia da Covid 19.
Teresa Dias acrescentou que com medidas tomadas pelo Executivo permitiram conservar mais de 200 mil postos de trabalho.
Esses dados não convencem alguns especialistas ouvidos pela VOA.
O economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho entende que ainda que fossem reais, estes quase 500 mil empregos que o Governo diz ter criado, não representariam nada face ao número anual de pessoas que entram, para o mercado de trabalho, que é de 700 mil por ano.
Para ele, "os empregos contabilizados foram no mercado informal sem qualquer contrato e direitos trabalhistas".
O especialista em gestão de políticas públicas e deputado da UNITA, David Kissadila, diz ser impossível que tenham sido criados tantos empregos nesse período.
"Houve inclusive despedimentos, encerramentos de empresas, etc, indicadores que indiciam logo que não é possível neste período falar-se de aumento de postos de emprego, são números empolados para fins políticos eleitorais", afirma aquele opositor.
Quem também questiona os números é o produtor agrícola Rui Magalhães, pra quem "falamos muito de números, vemos tantos números, mas eles depois não se reflectem no dia a dia da vida das pessoas".
Ele dá como exemplo a "proibição da exploração da madeira que acabou por criar mais desemprego ainda, não estou a defender que esteja correcta a exportação da madeira, não, mas a medida devia ser acompanhada de outras para mitigar os efeitos negativos porque há gente legal no negócio da madeira
que investiu e empregou gente e de repente surge uma medida correcta mas que penalizou muitas outras pessoas"
Para aquele agricultor dos Gambos "a solução do problema do desemprego em Angola que aumenta todos os dias é de cariz político porque tecnicamente não acredito que se resolva, quando você não tiver vontade de fazer uma coisa, essa coisa não será feita".
Na sua intervenção, a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social sublinhou que o Governo adoptou medidas de políticas integradas e de larga escala concentradas em quatro pilares fundamentais, nomeadamente o apoio às empresas, ao emprego e à renda, a estimulação da economia e do emprego, a proteção dos trabalhadores no local do trabalho e o diálogo social para encontrar soluções.
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