Economistas moçambicanos defendem a criação de um Fundo Soberano da Riqueza para diminuir o impacto da volatilidade dos preços do petróleo e gás no mercado mundial e propõem que o mesmo deve seguir os indicadores internacionais da transparência.
O economista Hipólito Hamela disse que se não se poupar hoje, amanhã pode ser tarde. "Temos que poupar porque já vimos qual é o efeito da variação dos preços das matérias-primas no mercado internacional", realçou.
Vários economistas juntaram-se em Maputo, num seminário sobre "Perspectivas Económicas para Moçambique e África subsaariana" e entre os assuntos debatidos figura a criação de um Fundo Soberano da Riqueza, devido à oscilação dos preços das matérias-primas no mercado mundial.
Aqueles especialistas não avançaram o valor da dotação inicial deste fundo, a ser investido, fundamentalmente, em projectos com potencial de crescimento em Moçambique, mas sublinham que a prioridade deve ser dada a infra-estruturas, incluindo energia, água, transportes, agricultura e turismo.
O economista Ragendra de Sousa afirma que um maior investimento no sector energético permitiria o arranque da terceira fase da companhia de fundição de alumínio Mozal, localizada em Beluluane, arredores de Maputo.
Sousa defendeu que Moçambique deve ter em conta a sua vantagem comparativa, assinalando que o alumínio tem uma grande integração, mas a Mozal III não avança por falta de energia.
O principal objectivo deste fundo seria criar riquezas para as gerações futuras, sendo por isso que o mesmo deve seguir indicadores internacionais de transparência.
Por seu lado, o economista Eduardo Sengo diz que paralelamente a isso tudo é necessário aprofundar a discussão sobre aquilo que devem ser as melhores políticas relativamente aos recursos naturais, cuja ocorrência, em Moçambique foi quase que de forma brusca.