A dívida de Angola para com Angola China continua a ser colossal e uma dor de cabeça para a economia angolana, mas o Governo estima que ela será totalmente paga até 2028.
A notícia, no entanto, divide a opinião de analistas económicos em Luanda.
O diretor-geral da Unidade de Gestão da Dívida afirmou recentemenete que a dívida que Angola com o seu principal credor tem estado a ser reduzida aos poucos e poderá estar totalmente sanada em 2028.
Dorivaldo Teixeira, citado pelo Novo Jornal, acrescentou que o Executivo tem estado a fazer um grande esforço na liquidação desta dívida.
Entretanto, o economista Américo Vaz diz ter muitas dúvidas que Angola consiga liquidar esta dívida no prazo, mas reconhece que o Governo tem cumprido todas as suas obrigações.
"Não sei quais operações a serem utilizadas para eliminar esta dívida de Angola com a China, mas, até ao momento, Angola tem estado a mostrar que honra os seus compromissos, agora vamos ver se o processo vai se desenhar conforme o secretário de estado se pronunciou”, aponta Vaz, alertando que "temos enormes problemas com a nossa economia, dependemos muito das receitas petrolíferas".
"Por isso eu tenho as minhas reservas em relação ao cumprimento disto", conclui
Por seu turno Heitor Carvalho, investigador em economia pela Universidade Lusíada de Angola, crê que o problema não é a dívida em si “mas nos moldes em que ela foi contraída e negociada no tempo do Presidente José Eduardo dos Santos que foi altamente nociva para Angola e benéfica para a China”.
Devido a isso Carvalho diz que “há toda a conveniência em acabar com ela e acabar com ela até 2028 é possível e desejável".
Acordo com a China libertou centenas de milhões de dólares
A China é considerado o maior credor de Angola cuja a dívida era inicialmente paga por petróleo, mas depois pediu receber em dinheiro, o que causou alguns dissabores à economia angolana.
Nos últimos tempos, o Banco de Desenvolvimento da China concordou em libertar fundos que mantinha como garantia de um empréstimo de vários milhões de dólares de Angola, disse a ministra das Finanças.
Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, Vera Daves afirmou que a decisão do banco chinês, de libertar esses fundos, permitiria a Angola ter acesso até 200 milhões de dólares, cada mês, evitando, assim, a necessidade de reestruturar a divida angolana.
Daves acrescentou que Luanda não tinha pedido uma mudança na maturidade das dívidas ou uma mudança nos pagamentos e que este acordo permite que Angola pague mais rapidamente a sua divida à China.
Mais de metade do Orçamento Geral do Estado é usada para o serviço de pagamento da divida.
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