A economia angolana está no "vermelho" com a desaceleração da moeda nacional, segundo a leitura de alguns especialistas do sector.
O Banco Nacional de Angola (BNA), entretanto, tranquiliza os cidadãos e diz não haver motivos para pânico em relação à desvalorização do kwanza e fala em correção do mercado, que o regulador quis "suavizar" colocando obrigações do tesouro no mercado.
Apesar deste apelo do banco central, o mercado angolano já vive o impacto negativo da queda da moeda nacional, face ao dólar americano e os preços começaram a disparar no mercado, bem como da taxa cambial.
O Comité de Política Monetária do BNA esteve reunido na semana passada, na provincia do Bié, e lembrou que o petróleo e gás geram cerca de 95% dos recursos cambiais para Angola, pelo que qualquer alteração nas quantidades produzidas ou preços nos mercados internacionais impacta o funcionamento da economia nacional.
A taxa de inflação mensal a nível nacional, que está a crescer há três meses consecutivos, acelerou 0,20 pontos para 0,92% em Abril deste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Com esta taxa, o país regista a inflação mensal mais alta dos últimos 11 meses.
O governador do BNA, José de Lima Massano disse que a instituição que dirige tem responsabilidades sobre a estabilidade de preços na economia, sublinhando que a taxa de câmbio é um factor muito importante para formação de preços, mas também é responsável pela manutenção das reservas internacionais, que devem ser mantidas no patamar mínimo de seis meses de importações, em que se encontram actualmente.
Os economistas Heitor Carvalho e Carlos Rosado de Carvalho não anteveem bons dias e alertam que o BNA podia ter tomada medidas para evitar que a economia nacional fique à mercê da oscilação do preço do petróleo no mercado internacional.
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