O governo da Guiné-Conacri afirmou que decidiu parar com as actividades de informação sobre o vírus Ébola no sudeste do país depois do assassinato esta semana de sete funcionários sanitários e jornalistas. Outras duas pessoas continuam dadas como desaparecidas.
Os corpos de quatro funcionários da campanha de informação e de três jornalistas que os acompanhavam foram ontem encontrados numa vala comum. Todos eles tinham desaparecido depois de terem sido atacados na terça-feira por residentes enfurecidos na localidade de Wome.
As vítimas desclocavam-se com uma delegação governamental para informar a população sobre o vírus.
Os aldeãos atacaram a coluna automóvel destruindo seis veículos. Outros membros da delegação foram agredidos mas conseguiram escapar.
A VOA falou pelo telefone com um jornalista local que disse que os aldeãos acusaram a delegação de espalhar mentiras sobre o Ébola.
O primeiro-ministro guineense, Mohamed Said Fofanah, afirmou que nada justifica essa “crueldade inaceitável” e que os responsáveis seriam punidos.
Fofanah acrescentou que a delegação estava a tentar educar os cidadãos locais sobre o Ébola. Afirmou que em Wome assim como noutros locais as pessoas ainda estão intoxicadas com informações de que esta doença não existe ou que foi criada com o objectivo de exterminá-los.
Trata-se do terceiro ataque do género no sudeste da Guiné-Conacri desde o inicio do surto regional de Ébola no princípio do ano.
Entretanto o ministro da comunicação guineense, Alucine Makanera, disse à VOA que as vítimas apresentavam ferimentos indicativos de que tinham sido atacas com catanas e pedras.
Makanera afirmou que o procurador público já estava no local para investigar o ataque e que já tinha sido aberto um processo judicial. Acrescentou que muitos residentes de Wome fugiram na sequência do ataque e que as forças de segurança encontram-se agora na localidade. As autoridades detiveram entretanto pelo menos seis pessoas em ligação com os incidentes.