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Dúvidas sobre rendimentos das privatizações angolanas


Economistas angolanos manifestaram dúvidas quanto às declarações do Governo que já arrecadou de 2019 a 2021 com o processo de privatizações 850.000 milhões de Kwanzas.

Números das privatizações deixam dúvidas – 2:15
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De acordo com o secretário de estado das Finanças e Tesouro a venda de 73 activos no âmbito doprograma de privatizações PROPRIV onde se realçam o BCI, a Cuca, Eka, Textang, África Têxtil e CTT o estado conseguiu arrecadar aquele valor e só este ano o executivo pretende alienar outros 15 activos estatais.

O economista Carlos Rosado de Carvalho entende que estes números não correspondem a realidade.

"Aquilo que entrou para os cofres do estado com este processo serão apenas 73 mil milhões de Kwanzas.... e mesmo estes 73 milhões não
foram todos para os cofres do estado, a maior parte deste valor foi para a Sonangol, portanto há aqui uma falácia, propaganda em meu entender sobre as privatizações", disse

O também jornalista Rosado de Carvalho explica que destes 850.000 milhões de Kwanzas metade nem se pode dizer que se trata de privatização.

"Mais de metade destes oitocentos e cinquenta mil milhões que se diz arrecadado tratou-se de uma troca, não entrou dinheiro para o estado, o que aconteceu foi uma nacionalização, a Pumangol que pertencia a Puma Energy foi nacionalizada, agora pertence a Sonangol não há aqui encaixe nenhum para o estado", disse

O jurista e especialista em regulação económica Miguel Vieira diz que estes 850.000l milhões não o convencem.

.. "Está-se agora a inventar números exóticos sem se perceber que contas foram feitas, no rigor o quê é que se vendeu para se arrecadar estes 850 mil milhões de cuanzas, interrogou.

“E depois está se misturar privatizações e outras coisas num só pacote, não são realistas estas cifras avançadas, há muitas zonas cinzentas", acrescentou.

O economista Carlos Padre pede maior transparência e participação das associações empresariais angolanas no Propriv.

"Tem que haver mais transparência, deve haver maior abertura ao sector empresarial privado e ao sistema bancário porque no fundo o que se quer com estas privatizações é que produzam mais valias em termos de empregabilidade de pessoal e criação de riqueza e mais dinamismo", disse.

Tomás Kambuete, outro economista, também não põe muita fé nos dados do executivo.

"As privatizações e alienações que se fazem em Angola gravitam todas em torno dos interesses políticos do grupo dominante actualmente: Apresentar números irreais é válido, como estes 850 mil milhões,números sem qualquer critério económico, sem qualquer rigor", disse

Segundo o secretário de estado do tesouro Ottoniel dos Santos, para este ano o estado prevê alienar quinze activos entre eles onze na Zona Económica Especial Luanda Bengo e duas instituições financeiras o BAI e a empresa de seguros ENSA.

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