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Dívidas Ocultas: Organização cívica moçambicana quer responsabilização dos envolvidos na "rede de corrupção"


Manuel Chang,
Manuel Chang,

Fórum de Monitoria do Orçamento diz que “a condenação de Chang destaca que há outros envolvidos e contornos mais amplos"

O Fórum de Monitoria do Orçamento exigiu a responsabilização de “toda a rede de corrupção” envolvida no caso Dívidas Ocultas” por considerar que a condenação do ex-ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, nos Estados Unidos, confirma que há outras figuras políticas envolvidas.

"Confirma-se a existência de suborno e corrupção, como o FMO sempre alertou. O julgamento nos Estados Unidos valida a gravidade dessas práticas corruptas, que prejudicaram substancialmente o Estado moçambicano", diz uma nota do Fórum que reúne 21 organizações não governamentais e que manteve, na África do Sul, um processo a favor da extradição do então detido, Chang, para os Estados Unidos, contra o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique que pretendia julgar o antigo governante em Maputo.

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Na nota divulgada nesta segunda-feira, 12, o FMO diz que “a condenação de Chang destaca que há outros envolvidos e contornos mais amplos que precisam ser investigados” e por isso “exige que as investigações prossigam, tanto pelas autoridades nacionais quanto internacionais, para responsabilizar toda a rede de corrupção".

O FMO defende que “a Justiça deve garantir os cidadãos moçambicanos não sofram as consequências do serviço das dívidas e ou pagamentos de acordos extrajudiciais, e sejam indemnizados pelos danos económicos e sociais” e conclui que “a continuidade desse processo contra todos os envolvidos é vital para restaurar a confiança pública nas instituições”.

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No passado dia 9, um tribunal de Brooklyn, em Nova Iorque, considerou Manuel Chang culpado de conspiração para cometer fraude eletrónica e lavagem de capitais nos Estados Unidos.

Os procuradores afirmaram que a empresa de construção naval Privinvest pagou a Chang sete milhões de dólares em subornos em troca da aprovação de uma garantia do Governo de Moçambique para empréstimos a três empresas estatais para desenvolver a indústria pesqueira do país africano e melhorar a segurança marítima.

Os empréstimos vieram do Credit Suisse e do banco russo VTB.

Ainda segundo a acusação, Chang recebeu os fundos numa conta bancária suíça controlada por um amigo e fez com que outros responsáveis moçambicanos comunicassem à Privinvest sobre os pagamentos, numa tentativa de encobrir os seus rastos, disseram os procuradores.

O advogado de defesa, Adam Ford, anunciou aos jornalistas à saída do tribunal que Chang planeia recorrer da decisão.

O juiz não anunciou ainda a data da leitura da sentença.

Manuel Chang foi detido na África do Sul, a 29 de dezembro de 2018, a pedido da justiça americana e, depois de um longo processo judicial, foi extraditado, em 2023, para os Estados Unidos.

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