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Donald Trump regressa ao palco político


Donald Trump, Dez.12, 2020
Donald Trump, Dez.12, 2020

Antigo Presidente vai discursar no domingo no primeiro evento público desde que deixou a Casa Branca

O antigo Presidente Donald Trump regressa ao palco político no próximo fim-de-semana quando falar na Conferência de Acção Política Conservadora, na Flórida, no domingo, 28.

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Afastado do seu meio de comunicação favorito, o Twitter, Trump tem mantido o silêncio total desde que deixou a Casa Branca no passado dia 20 de Janeiro, no meio de controvérsia generalizada, e o começo de mais um julgamento para impugnação devido ao seu papel na invasão do edifício do Congresso a 6 de Janeiro.

O que se passou nesse dia dividiu profundamente o Partido Republicano, com o líder republicano no Senado, Mitch McConnell e outras conhecidas figuras políticas do partido a condenarem Trump que, contudo, continua a gozar do apoio da esmagadora maioria dos mais de 70 milhões de eleitores que nele votaram.

A grande questão a saber é como Trump vai usar esse discurso, se para “um ajuste de contas” com aqueles republicanos que o criticaram ou se vai usar essa plataforma para reunificar o Partido Republicano.

Kristen Welker, correspondente da cadeia de televisão NBC na Casa Branca, disse que na sua opinião “vai ser um pouco de ambas as coisas”.

"Trump deverá falar sobre a impugnação e portanto ai poderá haver um ajuste de contas”, afirmou.

“Mas disseram-me também que ele vai falar sobre o futuro do Partido Republicano, como é que ele vê isso, como é que vê o futuro do movimento conservador”, acrescentou Welker, que disse ter sido informada que Trump “vai afirmar que esta é a altura para se começar a expor as diferenças com o Presidente Biden".

“Vai concentrar-se na imigração pois o Presidente Biden está a anular todas as políticas de imigração do Presidente Trump, e ele vai portanto concentrar-se nessas questões sem se amarrar a ajustes de contas", afirmou a correspondente da NBC que contudo esclareceu que a divisão dentro do Partido Republicano e a possível reconciliação “é a grande questão daqui por diante”.

Pat McCrory, governador republicano do Estado da Carolina do Norte disse que a força de Donald Trump dentro do Partido Republicano não pode ser ignorada mas afirmou estar confiante que as divisões serão ultrapassadas.

“Eu penso que o Presidente Trump deve permanecer relevante, mas acho também que vão emergir outros dirigentes e vamos atravessar este período de debater questões, de debater estilos de lideranças, mas o facto é que são as questões políticas que vão ganhar porque os democratas vão exagerar nas suas políticas”, acrescentou.

Uma das grandes cisões que o ataque ao edifício do Congresso criou foi aquela entre Trump e o seu vice-presidente Mike Pence, que se recusou a seguir Trump durante as alegações de fraude eleitoral, cumprindo assim a sua missão de aceitar os votos do Colégio Eleitoral algo que o então Presidente queria que ele não fizesse.

Sabe-se que os organizadores da reunião do fim de semana em que Trump deverá falar estão a tentar convencer Pence a estar presente, o que, até agora, recusou.

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Mas Marc Short que foi chefe de gabinete de Mike Pence disse que os problemas que surgiram entre Pence e Trump são águas passadas.

Short afirmou não poder ignorar-se que “o Presidente Trump trouxe milhões de eleitores para o Partido Republicano”.

“A sua agenda foi incrivelmente benéfica para o nosso país e penso que essa agenda é algo que devemos seguir (porque) isso são as políticas que permitem aos republicanos ter uma coligação governamental e devemos concentrarmo-nos nos democratas e como a sua agenda irá destruir tudo isso”, disse Short .

“É sobre isso que nos devemos concentrar e não em lutas internas do partido”, acrescentou em declarações que reflectem como aos mais diversos níveis os republicanos estão agora a tentar sublinhar a necessidade de unidade e de os apoiantes se concentrarem nas diferenças com a agenda dos democratas de Joe Biden.

Agora, resta saber se no próximo domingo, Trump irá cingir-se a esse guião de reconciliação no seu discurso ou se irá afastar-se dele, o que aconteceu inúmeras vezes noutras ocasiões.

Se Donald Trump vai ou não continuar a ser nos próximos quatro anos uma força dentro do Partido Republicano é algo que só o tempo o dirá.

De um modo ou de outro, uma coisa é certa: Donald Trump está de volta mesmo que por curto tempo.

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