O Presidente americano Donald Trump realiza neste sábado, 20, o seu primeiro ato de campanha desde o início da pandemia do novo coronavírus, apesar do apelo inicial do presidente do município de Tusla para que o evento não se realizasse devido principalmente ao aumento dos casos da Covid-19 no Estado de Oklahoma.
O clima é de tensão, de um lado, por causa do risco de disseminação da doença com a estimativa de que mais de 100 mil pessoas poderão participar no evento, e, por outro, devido à história da cidade quando o país enfrenta protestos contra o racismo.
Em 1921, Tulsa foi palco de um dos confrontos mais marcantes da violência racial no país, nos quais cerca de 300 pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas, após o ataque de uma multidão branca a casas e lojas de uma comunidade negra conhecida como “Black Wall Street”.
A escolha é considerada uma afronta ao movimento negro ante o momento atual do país, tendo o Presidente adiado o comício inicialmente previsto para ontem, considerado o Dia da Liberdade, quando o país comemora a abolição da escravidão, que ocorreu em 1865.
As autoridades esperam que opositores ao Presidente saiam às ruas, o que tem potencial para criar confrontos e para o efeito colocaram barreiras para evitar que manifestantes se aproximem do local do evento.
O presidente do município, o republicano G.T. Bynum, anulou o toque de recolher que vigorava na cidade ontem e hoje para acolher o ato, e que tinha sido imposto por alegadamente ter informações sobre a possível chegada de "indivíduos de grupos organizados que foram envolvidos em episódios violentos e destrutivos em outros estados".
O presidente também fez um alerta no Twitter sobre os "manifestantes, anarquistas, assaltantes e criminosos que vão para Oklahoma".
"Devem entender que não serão tratados como em Nova Iorque, Seattle ou Minneapolis. Será muito diferente!", escreveu o Presidente, referindo-se aos protestos por vezes violentos que ocorreram recentemente naquelas cidades.