A campanha presidencial americana entra nesta terça-feira, 29, na sua reta final com o primeiro dos três debates entre o Presidente Donald Trump e o candidato do partido Democrata e antigo vice-Presidente Joe Biden.
O frente-a-frente ocorre dois dias depois do jornal New York Times ter revelado pormenores sobre os impostos do Presidente, algo que ele até agora se tinha recusado a revelar alegando que esses impostos estavam a ser alvo de uma auditoria.
De momento desconhece-se ainda qual o impacto real que as revelações terão junto do eleitorado.
Segundo os documentos Trump tem dívidas de centenas de milhões de dólares e em muitos anos não pagou impostos individuais sobre os seus rendimentos devido a esses prejuizos.
Trump descreveu a revelação como notícias falsas e contrapôs dizendo ter pago milhões de dólares em impostos e que as dívidas que tem são em relação ao seu património reduzidas.
Impacto no eleitorado
Pode ser que estas revelações tenham impacto na opinião do eleitorado que, de acordo com as sondagens, continua a dar vantagem a Joe Biden não só a nível nacional mas também nos Estados considerados cruciais para a vitória no colégio eleitoral.
Um desses estados é a Pensilvânia, considerado de importância vital para qualquer candidiato.
O vice-governador democrata John Fetterman disse que “qualquer pessoa que subestimar a força de Donald Trump na Pensilvânia fá-lo a seu próprio risco”.
“Ele é popular e vai ser renhido”, disse Fetterman à cadeia de televisão CNN.
Douglas Schien, do portal The Hill, afirmou que nas útimas semanas as sondagens têm estado a indicar uma corrida mais renhida e que é de esperar que o Presidente apresente o sucesso da situação económica do país antes da pandemia do coronavírus e aponte para dados económicos que começam a indicar uma recuperação económica.
A questão da lei e da ordem deverá ser outro ponto que Trump irá sublinhar mas é também de esperar ataques pessoais à integridade de Joe Biden como este próprioo admitiu à cadeia de televisão MSNBC.
“Vão ser na maior parte ataques pessoais porque isso é a única coisa que ele sabe fazer", afirmou Biiden para quem Trump “não sabe como debater os factos”.
“Ele nãoé muito esperto. Não conhece muitos fatos”, acrescentou.
Ao longo da sua carreira política, Trump tem com efeito usado alcunhas para denegrir ou pelo menos retratar cómicamente os seus adversários e, no caso de Joe Biden, o Presidente descreve-o sempre como o “sonolento” ou “dorminhoco” Joe Biden (Sleepy Joe, em inglês).
Phillipe Reines, que foi conselheiro de Hilary Clinton para os debates nas eleições de 2016, disse que debater Trump é um paradoxo.
“Trump “é mau a debater mas é difícil de debater e é um oponente perigoso”, escreveu Reines no jornal Washington Post.
"Em 2016 não tinha nada a perder. Agora é perigoso porque tem tudo a perder”, acrescentou.
O debate de hoje está previsto para durar uma hora e meia, dividido em segmentos de 15 minutos, nomeadamente sobre as suas carreiras, o Supremo Tribunal e a recente nomeação de uma candidata a juíza, a pandemia da Covid19, a economia, questões raciais e violência e a integridade das eleições, algo que Trump tem posto em dúvida.
Isto contudo tinha sido anunciado antes das revelações do New York Times pelo que é uma certeza que isso será abordado.
Após o debate de hoje, Trump e Biden voltam a defrontar-se nos ecrãs de televisão nos próximos dias 15 e 22 de Oubtubro.
Antes, a 7 de ouburo, haverá um debate entre o vice-Presidente Mike Pence e a candidata à vice-presidência Kamala Harris.