Depois de ter sido diagnosticado com o coronavírus, o que forçou o cancelamento do segundo debate da campanha presidencial, o Presidente Donald Trump está de novo em campanha fazendo aquilo que ele mais gosta: comícios eleitorais.
A três semanas das eleições, as sondagens indicam uma vantagem cada vez maior a nível nacional do candidato do Partido Democrata, Joe Biden, e mesmo a nível dos Estados considerados vitais para a vitória no Colégio Eleitoral.
Dentro do Partido Republicano há agora alarme de que estas eleições possam ser uma enorme derrota.
Jake Sherman, do portal Político, disse à cadeia de televisão NBC que “os republicanos vão perder lugares na Câmara dos Representantes e estão obviamente em risco de perder a maioria no Senado.
“Portanto tenho de dizer que sim, absolutamente, é sem qualquer dúvida verdade que a esta altura os republicanos estão numa posição muito difícil”, acrescentou.
Lanhee Chen, analista republicano que fez parte da campanha presidencial de Mitt Romney, afirmou que Donald Trump tem de mudar a narrativa do que são estas eleições porque “se acreditarmos nas sondagens a nível nacional e nos Estados vitais têm muito terreno a recuperar”.
“Eu penso que cada dia em que a campanha de Trump está a lutar com a questão da Covid, a resposta à Covid, perguntas sobre o estado de saúde do Presidente, não são bons dias para a sua campanha”, acrescentou aquele analista, para quem a campanha de Trump deve mudar de narrativa para uma sobre “fracking” (extração de petróleo) “sobre as reduções de impostos que eles aprovaram que poderão ser anuladas e fazer aumentar os impostos” e se isso acontecer “isso são provavelmente dias melhores”.
“É uma questão de se saber o que esta campanha vai fazer, em que é que se vão concentrar e quanto mais falam de questões relacionadas com a Covid, mas difícil se tornará o cenário e vai ser difícil encontrarem oportunidades para mudar esta campanha”, acrescentou.
Para os republicanos, o grande receio é que o Presidente Donald Trump tenha perdido o apoio de eleitores republicanos moderados que possam decidir não votar.
O senador republicano Ted Cruz reconheceu que o resultado das eleições pode depender disso.
“Se as pessoas estão optimistas e têm esperanças quanto ao futuro, se estão a regressar ao trabalho isso será um factor para boas eleições para os republicanos” afirmou Cruz para quem se o eleitorado estiver pessimist a“e sem esperanças isso ajudará os democratas”.
Outra questão importante para ele, é a afluência às urnas que este ano será particularmente importante porque a esquerda “odeia o Presidente” e vai votar "não importa o que acontecer”.
"A grande questão em aberto é saber se as restantes pessoas vão votar", disse Cruz.
“Eu espero que o façam, estou a trabalhar para levar todas as outras pessoas às assembleias de voto”, acrescentou o senador para quem se houver uma grande afluência às urnas“será uma eleição para os republicanos”.
“Se ficarem em casa, se estiverem desmoralizadas, então teremos uma eleição terrível”, concluiu Cruz.
Mas Donald Trump rejeita o alarme nas hostes republicanas e as sondagens que possam indicar razão para tal.
“As pessoas deste país são mais inteligentes do que aqueles que fazem a cobertura noticiosa”, disse o Presidente ao programa de rádio do republicano Rush Limbaugh.
“Não acredite nestas sondagens falsas”, acrescentou.
Nesta terça-feira, 13, Trump estará em campanha na Pensilvânia e na quarta-feira, vai ao Iowa, depois de ter estado ontem na Flórida que, com Pensilvânia, são Estados de enorme importância para o resultado final.
Se Donald Trump perder esses dois Estados significa praticamente uma derrota a nível do Colégio Eleitoral.