O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou os seus antecessores democratas Joe Biden e Barack Obama de terem baixado as normas de segurança aérea, um dia depois de um helicóptero do exército norte-americano ter colidido com um avião sobre a capital, matando 67 pessoas.
Trump abriu a sua conferência de imprensa falando da “angústia” da nação e disse que a investigação levaria o seu tempo. Mas rapidamente lançou um longo ataque contra as chamadas políticas de diversidade, equidade e inclusão.
“Eu dei prioridade à segurança. Obama, Biden e os democratas puseram a política em primeiro lugar. Na verdade, eles saíram com uma diretiva: 'demasiado branco'. E nós queremos pessoas que sejam competentes.”, declarou numa conferência de imprensa na Casa Branca, esta quinta-feira, 30, atacando o programa de promoção de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) na Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA).
Não existem até ao momento provas de que a colisão tenha ocorrido devido a falhas da torre de controlo.
O republicano confirmou a morte de todas as pessoas que se encontravam a bordo dos dois aparelhos e também atribuiu o acidente noturno a um erro do piloto do helicóptero.
Segundo o Presidente o helicóptero militar estava numa trajetória “incrivelmente má” quando colidiu. “O controlador de tráfego aéreo disse: 'Está a ver... Estão a vê-lo? Mas restava muito pouco tempo quando isso foi dito”, acrescentou o presidente, culpando uma "confluência de más decisões".
O Secretário dos Transportes, Sean Duffy, assegurou que os resultados da investigação serão, brevemente, revelados e que os responsáveis pelo acidente serão encontrados. “Não aceitaremos desculpas”, afirmou Duffy na conferência de imprensa.
O Pentágono abriu uma investigação. O Secretário da Defesa, Pete Hegseth, disse que o helicóptero Black Hawk tinha “uma tripulação bastante experiente que estava a fazer uma avaliação nocturna anual obrigatória”.
O Vice presidente, JD Vance, apontou, igualmente, o dedo ao programa de Diversidade, Equidade e Inclusão.
Um avião de passageiros e um helicóptero militar dos Estados Unidos colidiram na noite de quarta-feira, quando o avião se aproximava do aeroporto nacional Reagan, em Washington D.C.. Ambos caíram, posteriormente, no rio Potomac, adjacente ao aeroporto.
O avião transportava 60 passageiros e 4 tripulantes e havia 3 membros das força aérea a bordo do helicóptero. As equipas de emergência continuam a operar no terreno.“Estamos agora numa fase em que estamos a passar de uma operação de salvamento para uma operação de recuperação”, avançou.
O chefe dos bombeiros de Washington, John Donnelly, informou que 28 corpos foram retirados do rio.
Patinadores entre as vítimas
Centenas de socorristas chegaram rapidamente ao local, mas tiveram de lutar contra a escuridão e o gelo flutuante durante a noite. Alguns dos destroços foram encontrados um quilómetro rio abaixo.
Entre as pessoas que se encontravam no avião encontravam-se vários patinadores e treinadores norte-americanos, informou a US Figure Skating. As autoridades de Moscovo também confirmaram a presença do casal russo Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, que ganhou o título mundial de pares em 1994.
A violência da colisão tornou rapidamente claro que era pouco provável que houvesse sobreviventes.
“Vi uma bola de fogo e desapareceu”, ouviu-se um controlador de tráfego aéreo dizer a um colega depois de a comunicação com o helicóptero ter sido cortada.
A colisão - o primeiro grande acidente nos Estados Unidos desde 2009, quando 49 pessoas morreram perto de Buffalo, em Nova Iorque - ocorreu ao fim da tarde de quarta-feira, quando o avião aterrou no aeroporto Reagan National, após um voo de rotina proveniente de Wichita, no Kansas.
O Reagan National é um grande aeroporto situado a uma curta distância do centro de Washington, do Pentágono e de outros locais importantes da capital. O espaço aéreo é extremamente movimentado, com a presença constante de aviões civis e militares.
O áudio dramático dos controladores de tráfego aéreo mostra-os a perguntar repetidamente ao helicóptero se tinha o avião de passageiros “à vista” e, pouco antes do acidente, a dizer-lhe para “passar por trás” do avião.
c/ AFP
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