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Domingos Simões Pereira confirma lista de personalidades impedidas de sair do país


Domingos Simōes Pereira (Foto de Arquivo)
Domingos Simōes Pereira (Foto de Arquivo)

Presidente do PAIGC, principal partido da oposição na Guiné-Bissau, denuncia intenção de se levantar a sua imunidade parlamentar

O antigo primeiro-ministro e presidente do PAIGC, principal partido da oposição na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, confirmou à VOA nesta sexta-feira, 25, a existência de uma lista de pessoas impedidas de sair do país, que inclui o nome dele, e a pretensão de que seja levantada a sua imunidade parlamentar

“Eu queria confirmar que tive conhecimento da existência desta lista. No primeiro momento achei que podia-se tratar de mais um daqueles rumores que circulam por Bissau, mas veio a confirmar-se, quando uma das pessoas que presumivelmente, cujo nome fazia parte desta lista, foi impedida de viajar e só a terceira tentativa o conseguiu fazer”, afirma Domingos Simões Pereira, para quem é “mais uma tentativa de suprimir os direitos fundamentais dos cidadãos”.

Como "cidadão, líder político e deputado da nação", ele garante não ter intenção de abdicar dos seus direitos e diz que “as pessoas vão ter que fazer muito mais para me intimidar”.

Para Simões Pereira, “estamos a assistir de novo à situação em que as leis são substituídas por aquilo que agora está rotulado dizer ordens superiores”, que “que substituem a lei e é com base nisso que as pessoas são espancadas”.

Quanto a um eventual requerimento do Ministério Público para levantamento da sua imunidade parlamentar, o líder do PAIGC afirma que tem “não só o direito, a responsabilidade, a obrigação de denunciar todos os casos de que tenha conhecimento e que potencialmente possam representar crime”.

Domingos Simões Pereira desafia o Ministério Público “a averiguar, confirmando a existência de indícios, abrir um processo e traduzir em justiça os malfeitores e os criminosos”.

Aliás, o antigo primeiro-ministro regressa ao período em que desempenhou o cargo para dizer que desconhece qualquer acusação contra ele.

“É importante lembrar que a meio do nosso mandato, enquanto chefe do Governo, em 2015, houve um conjunto de acusações que foram feitas pelo então Presidente da República e com base nisso, o Parlamento abriu um processo de inquérito, que foi desenvolvido e há um relatório neste sentido que não só demonstra claramente a forma bastante responsável e transparente como nós gerimos toda a administração pública e particularmente a questão dos fundos, como mostrou que os casos que existiam reportavam a períodos muitos anteriores à nossa governação e as pessoas que são responsáveis pelas situações criadas”, destaca Simões Pereira.

Quanto estava em Portugal, o Procurador-Geral da República (PGR) pediu à Interpol a detenção de Domingos Simões Pereira, tendo a rede mundial de polícias ter respondido negativamente.

Contactada pela VOA, uma fonte do gabinete do PGR, Fernando Gomes, não confirmou nem desmentiu a notícia de um possível pedido de levantamente da imunidade parlamentar, mas prometeu apurar os pormenores.

Não obtivemos uma reacção oficial.

Recorde-se que o antigo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Paulo Sanhá, também esté impedido de deixar o país.

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