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Benguela: Dois mortos e rasto de destruição em confrontos entre supostos militantes da UNITA e do MPLA


Severino Domingos, Coordenador zonal do MPLA, Benguela, Angola. Dezembro, 16, 2021
Severino Domingos, Coordenador zonal do MPLA, Benguela, Angola. Dezembro, 16, 2021

Partido no poder pensa que os "maninhos" se vingaram do assassinato do seu militante. Polícia lembra chegada do período eleitoral

Dois mortos, dois feridos, quatro casas queimadas e uma viatura destruída são o resultado de confrontos entre supostos militantes do MPLA e da UNITA na província angolana de Benguela, na noite de quarta-feira, 15.

Mortos e destruiçõ em confrontos em Benguela – 2:46
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O sucedido aconteceu 24 horas depois de um apelo do delegado e comandante provincial da Polícia Nacional (PNA), Aristófanes dos Santos, para o diálogo como caminho para a consolidação da paz.

O MPLA, partido no poder, fala em retaliação à morte do militante da UNITA, que foi a enterrar hoje na província do Bié, sua terra natal, ao passo que o "galo negro", a aguardar pelas investigações, associa o acto à criminalidade no município sede da província.

Angola: Militantes da UNITA marcham no Uíge
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É visível um cenário de destruição no bairro 23 de Março, arredores da cidade de Benguela, onde vivia Eugênio Pessela, assassinado na marcha promovida pelo partido líder da oposição.

O coordenador e secretário zonal do MPLA, Severino Domingos, conta que mais de 50 militantes da UNITA, empunhando catanas e enxadas, protagonizaram os estragos.

“Eles disseram que quem matou o nosso homem foi a Polícia do MPLA, por isso aqui tem que morrer 100 homens do MPLA. Ontem ligaram para mim e falaram dos dois mortos. A minha casa foi destruída, há feridos, motas queimadas e também o nosso comité e outras casas”, conta o coordenador de zona.

O secretário provincial adjunto da UNITA em Benguela, Avelino José, diz ter sido informado sobre a ocorrência, até porque conversou já com a polícia, e salienta que tudo aponta para mais um caso da criminalidade violenta que assola o município.

“Pode haver até esta pretensão do MPLA de fazer acusação, que consideramos não fundada, não há trabalho de base. O que nos vem, indirectamente, é que pode estar a ocorrer uma briga de grupos, a exemplo do que acontece em outras paragens”, justifica o político, acrescentando que “a nossa brigada está no terreno a analisar para termos informação real”.

Fonte do Comando Provincial da Polícia aponta para dois detidos por suposto envolvimento nestas ocorrências.

O delegado provincial do Interior, Aristófanes dos Santos, que esteve reunido com a UNITA na terça-feira, 14, salienta que o momento político exige muita ponderação.

“Nós vamos ter eleições gerais no próximo ano, e haverá campanha dos vários partidos, pelo que todos, a sociedade, devemos estar imbuídos para que não surjam situações de violência”, apela o oficial superior.

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