Os bombeiros continuam a lutar contra um brutal incêndio florestal em Los Angeles (LA), na costa oeste dos Estados Unidos. Pelo menos duas pessoas morreram e “muitas” outras ficaram gravemente feridas nos incêndios de Los Angeles, anunciaram os bombeiros esta quarta-feira, 8.
“Infelizmente, temos duas mortes de civis, cuja causa é desconhecida nesta fase, e temos numerosos feridos graves entre residentes que não evacuaram”, declarou aos jornalistas o chefe dos bombeiros do município de Los Angeles, Anthony Marrone.
Milhares de pessoas foram obrigadas a fugir, uma vez que os ventos com força de furacão representavam um “perigo mortal”, segundo as autoridades.
Jim McDonnel, Chefe da polícia municipal, disse que "nunca viu ventos como estes" e pediu aos cidadãos para responder "seriamente" aos pedidos de evacuação. Existem agora quatro focos de incêndio em Los Angeles.
Cerca de 1.000 edifícios foram destruídos por um grande incêndio que lavra na zona abastada de Pacific Palisades. “Temos bem mais de 5.000 acres (2.000 hectares) queimados e o fogo está a crescer”, disse Marrone. “Não temos nenhuma percentagem de contenção. Estima-se que 1.000 estruturas tenham sido destruídas”.
Mais de 1.400 bombeiros estão a combater as chamas e centenas de outros estão a caminho, disse o governador da Califórnia, Gavin Newsom. Os meios de comunicação social norte-americanos informaram também que um bombeiro se encontrava entre os feridos.
Cerca de 30.000 pessoas estão sob ordens de evacuação. A causa dos incêndios está sob investigação.
"inverno mais seco de que há registo”
“Prevê-se que este seja o evento de vento mais forte nesta região desde 2011”, alerta o meteorologista Daniel Swain. Mas, na sua opinião, o risco de incêndio é “muito maior” do que na altura.
Isto porque, depois de dois anos muito húmidos que revigoraram a vegetação, o sul da Califórnia está a viver “o início de inverno mais seco de que há registo”. Por outras palavras, tudo o que cresceu abundantemente está agora a servir de combustível para o fogo.
Os cientistas sublinham, regularmente, que as alterações climáticas estão a aumentar a frequência dos fenómenos meteorológicos extremos. “Novembro, dezembro, janeiro... Já não existe uma época de incêndios. Acontece durante todo o ano”, afirmou o Governador Newsom.
Os incêndios perturbaram a visita do Presidente Joe Biden, que se deslocou à Califórnia na terça-feira para anunciar a criação de dois “monumentos nacionais”, vastas áreas protegidas no sul do estado.
Presente em Los Angeles, o democrata de 82 anos aprovou imediatamente a ajuda federal à segunda maior cidade dos Estados Unidos. A vice-presidente Kamala Harris, que tem uma casa na Califórnia, disse que estava a rezar pelos “californianos que foram evacuados”.
Donald Trump, que deverá suceder a Biden na Casa Branca dentro de alguns dias, ameaçou em setembro cortar a ajuda federal que a Califórnia recebe habitualmente para combater os incêndios florestais. Trump afirmou que os incêndios são o resultado de má gestão florestal.
O incêndio deflagrou no final da manhã de terça-feira no bairro de Pacific Palisades, nas montanhas a noroeste da cidade, onde se situam as moradias multimilionárias das celebridades de Hollywood. Existem agora várias frentes. Na terça-feira à noite, um novo incêndio deflagrou perto de Pasadena, a norte de Los Angeles, e devastou rapidamente mais de 400 hectares, segundo a agência CalFire.
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