Uma doença até agora desconhecida, que já ceifou a vida a dezenas de pessoas na República Democrática do Congo, é provavelmente a malária, afirmou na quinta-feira, 19, o organismo de vigilância sanitária da União Africana.
Detectada pela primeira vez no final de outubro, os casos da doença concentram-se na região de Panzi, cerca de 700 quilómetros a sudeste da capital, Kinshasa.
“O diagnóstico de trabalho agora é a malária”, disse Ngashi Ngongo, chefe de pessoal do CDC África e chefe do gabinete executivo, num briefing online.
A situação foi exacerbada pela má nutrição na região, disse ele, descrevendo-a como a hipótese mais provável.
A teoria de uma doença hemorrágica viral ocorrendo no contexto da malária não foi descartada, disse Ngongo.
A doença matou 37 pessoas nas unidades de saúde de Panzi, num total de quase 600 casos, segundo dados do CDC de África.
Cerca de 44 outras mortes foram registadas a nível comunitário e estão a ser investigadas.
O acesso à região é difícil por estrada e faltam infra-estruturas de saúde. Os residentes também enfrentam uma escassez de água potável e de medicamentos.
De acordo com as autoridades congolesas, a região, que sofreu uma grave epidemia de febre tifoide há dois anos, tem uma das taxas de subnutrição mais elevadas do país, com 61%.
No início deste mês, os epidemiologistas excluíram a hipótese de coronavírus, mas concluíram que se trata de uma doença que afecta o sistema respiratório.
Os seus sintomas incluem febre, tosse e dores de cabeça.
Os primeiros dados revelam que a doença afecta sobretudo os jovens, com 40% dos casos em crianças com menos de cinco anos.
A RDC, um dos países mais pobres do mundo, tem estado nos últimos meses no epicentro de um surto de varíola, com mais de 1.000 mortes.
Fórum