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Divergências entre Presidência e Governo deixam Guiné-Bissau sem ministro do Interior em véspera de eleições


A duas semanas do início da campanha eleitoral na Guiné-Bissau, o Governo continua sem um ministro do Interior, responsável pelo sector da segurança interna.

Divergências entre Presidência e Governo deixam Guiné-Bissau sem ministro do Interior em véspera de eleições
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Fontes da VOA apontam divergências entre o Presidente da República, José Mário Vaz, e o primeiro-ministro, Aristides Gomes, como estando na base desse impasse que dura há três meses.

O último titular da pasta, Mutaro Djaló, foi exonerado a 9 de Novembro de 2018, na sequência da carga policial sobre os estudantes que manifestavam em Bissau e que, para certas fontes, foi resultado de uma conspiração para o afastar do cargo.

Os cidadãos guineenses mostram-se preocupados com esta situação.

Diversas fontes sustentam que o Ministério do Interior está sob a gestão directa do Presidente da Republica, através do seu conselheiro para Assuntos da Defesa e Segurança, Botché Candé, antigo titular da pasta.

Sana Canté, activista cívico, é de opinião que a não nomeação de um ministro do Interior visa não só comprometer as eleições de 10 de Março próximo como representa um grave desvio das normas.

“É extremamente grave estarmos, até esta altura, sem um ministro do Interior, pelo dissentimento da classe politica porque as pessoas não querem eleições a 10 de Março”, disse Canté, acrescentando que “temos um Governo que não responde perante um partido político, mas pelos indivíduos, em que as Forças e Ordem Pública estão a responder a pessoas que nós desconhecemos, fora do quadro constitucional”.

Fontes da VOA indicam que a não nomeação de um novo ministro do Interior deve-se a divergências de opinião entre o primeiro-ministro e o Presidente da República, com José Mário Vaz a insistir em fazer voltar Botché Cande, seu homem de confiança ao referido Ministério.

Uma fonte governamental acrescenta que esta possibilidade terá sido descartada pelo Chefe de Governo, Aristides Gomes, baseando-se no facto do nome de Candé estar ainda na mira da CEDEAO, por ter figurado na lista dos antigos sancionados pela organização.

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